A Imprensa dos Açores

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jose_decq_motta.jpgNa nossa Região há uma larga, rica, variada e importante tradição de existência de jornais e de intervenção pela imprensa local. Em todas as ilhas existem jornais locais (semanários, quinzenários, mensários) que são, em geral, peças fundamentais da vida e da vivência social local.

Os oito diários existentes, diferentes no tamanho e nos objectivos, são independentemente das suas orientações, referências da vida quotidiana de cada uma das cidades, históricas. Assente isto, não posso deixar de dizer que a Proposta de Decreto Legislativo Regional que revoga o regime de apoios actualizado em 94 visa modificar violentamente este quadro na medida em que dificulta, gravemente a vida da maioria dos jornais existentes. O que é que pretende o Governo? Reduzir o número de diários a dois ou três? Obrigar muitos semanários quinzenários a “encostarem-se” ao apoio por publicidade das Câmaras Municipais? Liquidar esses pólos de debate e cultura que, em geral, existem à volta dos jornais locais? Abrir espaço aos jornais maiores e facilitar a sua implantação, de forma forçada, nas ilhas mais pequenas? Ver na televisão o Dr. Vasco Cordeiro a querer convencer os açorianos da “bondade” desta proposta de destruição da imprensa local foi para mim muito penoso. A proposta chamada Promédia constitui, a meu ver, uma das piores atitudes políticas do Governo Regional dos últimos 12 meses.

José Decq Mota em "Crónicas d’Aquém" No Açoriano Oriental em 17/11/05