Festas inocentes?

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jose_decq_motta.jpgJá estamos em plena época das Festas dos Santos Populares e no início das Festas de Verão que animam todas as nossas ilhas dos Açores. As nossas Festas são em geral úteis do ponto de vista social, importantes como animadoras das economias locais e valiosas como cartaz de promoção dos vários concelhos e das várias ilhas.

Sendo isto verdade é também verdade que, do ponto de vista dos promotores, as nossas festas não são “inocentes”. Neste ano de eleições autárquicas algumas maiorias municipais quase perdem o controle da despesa, tal é a ânsia de apresentar programas convidativos! Na tropa do meu tempo, dia de visita de individualidades era “dia de rancho melhorado”. Na democracia tendencialmente manipulada dos nossos dias, ano de eleições autárquicas é o ano de “Festas melhoradas”! Com excepção deste estilo errado e “manhoso” que alguns Presidentes de Câmara cultivam de forma absurda, as nossas Festas têm a natureza própria dos acontecimentos que valem pela natural, ancestral e sempre renovada participação popular. Em todas elas os cidadãos residentes participam com intensidade a par de muitos visitantes, incluindo membros das comunidades espalhadas pelo mundo! Esse convívio é salutar Ao povo de todos os concelhos e ilhas endereço o voto de que as respectivas Festas sejam momentos de diversão, encontro, confraternização e cultura. Aos ansiosos Presidentes que tentam usar as festas como ferramenta de manipulação de vontades, lembro-lhes que as festas valem, por si, mais do que eles.

José Decq Mota em “Crónicas de Aquém” no Açoriano Oriental em 23/06/05