Há algumas semanas atrás este jornal publicou uma carta do Núcleo Local
da JS que se insurgia pelo facto de eu ter citado o raciocínio de um
jovem socialista sobre algumas obras municipais em curso
Não me preocupei em responder formalmente e essa carta pela razão
principal de que nela nada é desmentido em relação ao que afirmei.
Reparei aliás que as argumentações do Núcleo da JS a meu respeito correspondem “ipsis verbis” àquilo que nas campanhas eleitorais desde 2000 é afirmado por duas ou três pessoas, que, por serem quase da minha idade, não são certamente da JS!! Queria apenas dizer que os insultos e os ditos desprimorosos ficam com quem os inventou e com quem os subscreveu e nada alteram ao meu procedimento pessoal e político. Retomando esta “volta ao Faial” que ando a fazer com os leitores não posso deixar de referir o disparate que é “a inauguração das obras do Largo do Infante”. Essa atitude, aliás, vem confirmar muito do que eu escrevi e que motivou a desenquadrada carta subscrita pelo Núcleo da JS. É estranho e contraditório que numa época de grande aperto nas finanças públicas a actual Câmara Municipal tenha criado o costume de promover “inaugurações”, não só com discursos, mas também com comes e bebes. Mas mais do que a despesa feita é revoltante o raciocínio que leva a estas festas de inauguração. Quem as decide, fá-lo por pensar que com umas cervejas e uns petiscos compram as pessoas. Fá-lo por pensar que “este porreirismo” substitui ou disfarça as políticas municipais mancas e fracas que são realizadas. Quem procede assim está a prestar um mau serviço aos Açores , ao Faial e aos seus concidadãos.
Quem procede assim está a brincar com todos nós. Teria sido preferível que a nossa Câmara Municipal tivesse usado a sua capacidade de influência junto do Governo Regional, para que nas obras de regeneração das estradas regionais tivesse sido incluído o troço Cruzeiro - Farol dos Capelinhos, que é uma das estradas mais usadas desta ilha, pois nela passam os milhares de visitantes do Vulcão. O Verão está aí, sempre com as variações climatéricas que nos são próprias, mas o número de visitantes parece ser significativo. Seria de grande importância que todos os interventores na vida pública do Faial tivessem atitudes claras, não só sobre o imediato, mas também sobre o futuro. Ficam aqui algumas interrogações: O que pensa hoje, a nova Administração da ANA e o novo Governo da República sobre a ampliação (imprescindível) da pista do Aeroporto? O que pensa a actual Câmara Municipal da Horta e o Governo sobre o reordenamento (imprescindível) do Porto da Horta? Gostaria de dizer a este respeito que aquilo que apareceu na imprensa local, como relato de uma reunião realizada a 23/6 com o Secretário da Economia, é inaceitável pois não resolve qualquer dos problemas que afectam o nosso porto. A este tema voltarei em próxima edição Em que ponto estão as obras de construção do edifício para o DOP?
O que pensam as autoridades regionais e municipais sobre a necessidade de ser modernizado, remodelado e credenciado o Matadouro do Faial? Em que ponto estamos relativamente à incontornável questão do saneamento básico da cidade da Horta? Gostaria muito que as respostas a estas e muitas outras questões deixassem de dada com “festas de inauguração com comes e bebes” e passasse a ser efectiva e concreta. É isso que os Faialenses precisam.
José Decq Mota em Visita ao Faial (6) No “Tribuna das Ilhas” em 01 /07 / 05
