Ano que vai

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jose_decq_motta.jpgEstá a terminar o ano de 2005 que ficou marcado por algumas questões importantes, contraditórias e marcantes da vida colectiva. No início do ano realizaram-se eleições para a Assembleia da República, tendo o PS vencido com maioria absoluta.

Na parte restante do ano o Governo de Sócrates tem-se dedicado a fazer o que dizia que não fazia e a não cumprir o que prometia cumprir. Em Setembro realizaram-se eleições autárquicas, marcadas em parte, pelo facto insólito de quase todos os arguidos - candidatos terem vencido no respectivo concelho. Nos Açores, no que toca às Autárquicas, o PSD perdeu terreno e a CDU foi decisiva para que se não verificasse maioria absoluta na Câmara e Assembleia Municipal da Horta. Desse facto nasceu outro que se traduz na circunstância do Concelho da Horta estar a ser governado com estabilidade, por uma maioria plural formada pelo PS e CDU. Tanto quanto se sabe os principais dirigentes regionais de ambos esses partidos fazem uma aposta séria no sucesso da experiência, porque ela tem a virtualidade intrínseca de gerar rigor, participação e clareza. As presidenciais de 2006 marcam a parte final do ano de 2005. Aqui nos Açores deu para ver quem defende consequentemente o sistema autonómico, quem não o defende e quem tem pedras no sapato. Cavaco foi recebido por alguns anti-cavaquistas de há 10-15 anos, o que demonstra que essa direita açoriana põe os seus objectivos político-ideológicos à frente da Autonomia e da sua defesa. O ano de 2005 está quase a ir pelo mar fora. Que 2006 seja melhor para todos, é o meu voto.

José Decq Mota em “Crónicas de Aquém” no Açoriano Oriental a 29-12-2005