Dia Internacional da Mulher

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José Decq MotaNo passado dia 8 de Março comemorou-se, por todo o lado e por todas as formas, o Dia Internacional da Mulher, dando corpo assim a um muito amplo e justo movimento em defesa dos direitos da Mulher.

Há sempre quem diz que os “dias internacionais” não têm razão de ser, que se repete sempre o mesmo, que continua tudo na mesma ou até que está tudo bem como está. Só que esses arautos da “diferença” são, em geral empedernidos conservadores, uns que disfarçam outros que nem isso, cujo objectivo principal é impedir as conquistas civilizacionais em áreas decisivas.

A sociedade patriarcal de raiz judaico cristã em que fomos criados sempre tomou a mulher como um ser abaixo do homem, a quem é cometido uma função louvada (a reprodução) mas não valorizada do ponto de vista humano e a quem não é reconhecida capacidade de acção, intervenção e decisão que seriam exclusivas do homem. O Velho Testamento é a grande demonstração da ideologia que referi e que nos marca inevitavelmente.

Passar do plano religioso para o plano da exploração familiar, social e económica foram passos que se foram dando e que são ainda hoje dados, quando, por exemplo, não se paga a uma mulher o mesmo que a um homem, embora o trabalho seja igual.

No século XX deram-se passos muito sérios no sentido do reconhecimento pleno dos direitos da mulheres, mas também nesse mesmo século XX, principalmente na sua parte final, foi instalada a tendência de fazer regredir muitas das conquistas civilizacionais obtidas.

Defender a igualdade de direitos da Mulher a par de medidas adequadas à justa preservação do seu papel próprio na sociedade, continua a ser uma luta necessária e por isso que viva o Dia Internacional da Mulher.
 
 
José Decq Mota, no Jornal Diário Insular, em 10 de Março de 2009