
Perante isto, o PCP considera urgente esclarecer os açorianos sobre o que verdadeiramente está em causa, quem são os responsáveis pela situação atual e quais são as perspetivas para a transportadora aérea, instrumento estratégico da nossa economia e mobilidade, que pertence a todos os açorianos.
No momento em que as companhias privadas vão começar a operar nas ligações entre Ponta Delgada e o continente, o Governo Regional dá um novo passo na sua política de desmantelamento da SATA e da sua capacidade operacional, através da apresentação do chamado "Plano Estratégico", o que não é certamente uma coincidência, mas antes um sinal claro do favorecimento a essas empresas, em prejuízo da transportadora aérea pública.
Este Plano não só não dá resposta ao problemas da SATA como pretende limitar ainda mais a sua capacidade, reduzindo a sua atividade e promovendo o desemprego. Ao contrário do que tem sido afirmado publicamente, a SATA é uma empresa viável, que pode ser lucrativa se for bem gerida e se se aproveitar a sua capacidade instalada em termos de tripulações e aeronaves.
De facto, o essencial das dificuldades da nossa companhia aérea está relacionado com a divida de mais de 57 milhões de Euros que os Governos da Republica e Regional não pagam pelo serviço público prestado pela empresa. Uma dívida que o Governo Regional insiste em não pagar, pois mais uma vez não inscreveu verba suficiente no Orçamento da Região para 2015 para esse fim.
O chamado "Plano Estratégico" não dá resposta aos problemas essenciais da companhia, pois não prevê o aproveitamento dos seus recursos humanos e materiais, nem apresenta perspetivas de crescimento e expansão da sua atividade que possam tornar a transportadora aérea pública mais sustentável e rentável. Antes pelo contrário, fica-se, no essencial, por medidas meramente cosméticas como a mudança de nome e imagem da SATA Internacional para "Azores Airlines".
O PCP alerta os açorianos para a ameaça que paira sobre o seu património: Apesar das declarações dos membros do Governo regional, a verdade é que o Plano Estratégico prevê, para depois das eleições regionais de 2016, a "diversificação do capital" da empresa, eufemismo para a privatização, total ou parcial, da nossa transportadora aérea.
O PCP reafirma que a SATA é um património de todos os açorianos, que compete aos Governos Regionais proteger e valorizar. A SATA é uma empresa sólida e viável, se for gerida com vista à defesa do interesse público, e não em função de interesses político-partidários ou de agendas de privatização.
É necessário e possível aproveitar a capacidade instalada da SATA explorando rotas e segmentos de mercado que podem trazer vantagens financeiras e contribuir para a sua sustentabilidade e crescimento, com benefício para os Açores e para os açorianos.