Na interpelação do PCP ao Governo Regional, o Deputado Aníbal Pires denunciou os abusos a que estão sujeitos os trabalhadores desempregados em programas ocupacionais, que são utilizados para substituir necessidades de trabalho permanente, às quais devia corresponder um posto de trabalho efectivo, sujeitos a trabalho por turnos sem compensação, auferindo remunerações abaixo do salário mínimo.
"Quádrupla desgraça, como sabem bem os chamados “beneficiários” dos programas FIOS, PROSA ou RECUPERAR: prestam serviço mas não têm emprego, têm deveres mas não direitos, produzem mas não recebem salário, apenas subsídio; trabalham mas não são trabalhadores! É este o “benefício” generosamente atribuído pelo Governo Regional!", afirmou Aníbal Pires.
Para o PCP, esta política de emprego pretende apenas, disfarçar o desemprego, transformar subrepticiamente a natureza do emprego público, destruindo-lhe as características e condições e criar uma camada de trabalhadores pouco qualificados, que vão sobrevivendo no ciclo, quase sempre sem saída, de programa de estágio, contrato precário, subsídio de desemprego, programa ocupacional, subsídio de desemprego, até à idade da reforma.