As ajudas em tempo de Eleições

jose_decq_motta.jpg1. O Senhor Presidente do Governo recebeu há dias a Direcção do Clube Naval da Horta, Direcção esta que certamente pediu a audiência para tratar de importantes problemas do Clube. À saída da audiência soube-se que a nova sede do Clube Naval da Horta arrancará em finais de 2006 e que essa obra “é incluída no reordenamento daquela zona do Porto e na construção da nova gare marítima”.

É indispensável falar-se um pouco sobre este anúncio, naquilo que respeita a datas e naquilo que se prende com a articulação com as obras do Porto. Em primeiro lugar tenho que referenciar que quando fui Presidente do Clube Naval da Horta (entre Novembro de 96 e Abril de 2001), recebi em 2000 garantias do Presidente do Governo que a ampliação da Sede, com crescimento do actual edifício e construção de um novo pavilhão, seria concretizada na Legislatura de 2000 – 2004. Como se sabe essas garantias de nada serviram. Como Presidente do Grupo Parlamentar do PCP cheguei a um acordo, em Abril de 2001, com o Presidente do Governo segundo o qual a construção da Sede do Clube Naval da Horta era iniciada em 2003 (tal com a Escola Secundária) e chegou a haver verba inscrita para esse efeito. Como se sabe o Governo e o seu Presidente fizeram tábua rasa desse acordo, assumindo unilateralmente uma posição que desacredita totalmente a seriedade com que alguns encaram os acordos políticos e institucionais.

O actual Presidente da Direcção do Clube Naval da Horta, sentiu urgência (vá lá saber-se porquê) em falar com o Presidente do Governo Regional antes de 9 de Outubro. O Presidente do Governo Regional sentiu necessidade, antes de 9 de Outubro, de dizer o mesmo que disse ao Clube Naval da Horta antes de Outubro de 2000, que disse ao Grupo Parlamentar do PCP em Abril de 2001 e que depois, como se nada fosse, anulou em Outubro de 2002. Para além destas prometidas datas há a reter o facto de ter sido dito que essa obra será feita no quadro do reordenamento daquela zona do Porto e da construção da nova Gare Marítima. Será que o Governo, ao contrário do que diz o actual Presidente da Câmara, já aprovou aquela ideia absurda de atulhar o canto do Terra Alta, para lá pôr um parque de estacionamento e a gare marítima? Se assim é então os Faialenses têm que agir para defender o seu Porto. O Porto tem que crescer e não se pode aceitar que as obras a fazer se reduzam ao aterro de uma área marítima que tem cotas para uso de embarcações. Temos que estar e vamos estar atentos.

2. Manuel de Arriaga é um faialense ilustre e não merecia que a sua memória fosse usada pelo Presidente do Governo Regional para tentar limpar a imagem negativa que os Faialenses têm sobre a postura do próprio Presidente do Governo Regional em relação a esta ilha do Faial. Alguma cabeça “pensante”, daquelas que andam de cá para lá e daqui para acolá, ter-se-á lembrado que uma maneira “útil” do Presidente se valorizar junto dos Faialenses e assim ajudar o resultado do seu candidato autárquico, seria o de criar uma situação onde o Presidente do Governo Regional aparecesse a louvar o ilustríssimo faialense, açoriano e português que foi Manuel de Arriaga. Se, para mais, deixasse no ar a promessa da recuperação do Solar dos Arriagas, então ainda seria melhor. Do pensamento à acção foi um ápice e lá fizeram a Sessão Comemorativa do 1º Aniversário das Honras de Panteão. Com esta, que não lembrava ao diabo, veio César tentar disfarçar as fortíssimas omissões que tem tido em relação ao Faial. 3. Quase parece que a Presidência do Governo mudou para a Horta. Primeira Pedra da Escola, inauguração do Ano Escolar, Casa dos Arriagas, Clube Naval e tudo o mais tem ocupado o Presidente do Governo Regional no Faial. Será que o PS está seguro do resultado eleitoral da sua candidatura? Obviamente que não está nem pode estar porque os 16 anos de gestão autárquica do PS no Faial foram muito maus e os últimos dois anos deram péssimos sinais. Por isso César não sai de cá!

José Decq Mota