Crise Sísmica

jose_decq_motta.jpgNo quadro daquilo que é uma das características históricas do nosso Arquipélago, está em curso, na Ilha de São Miguel, uma crise sísmica. Não tenho dúvidas que todos os que passámos por essas situações estamos profundamente solidários com as populações que tem estado a viver momentos de incerteza.

Se é certo que este tipo de fenómenos naturais se desenvolvem de forma independente da vontade ou da intervenção dos homens, também é certo que se podem evitar consequências gravosas para a vida e integridade das pessoas, quando se tomam medidas cautelares adequadas. No caso presente parecem-me adequadas as medidas tomadas até ao momento pela Protecção Civil a nível local e a nível regional, bem como me parece adequada a atenção dada à situação pelo Governo Regional, com destaque para o respectivo Presidente. Espero sinceramente que esta crise iniciada em 10 de Maio e ampliada fortemente em 20 de Setembro, não evolua num sentido destrutivo acentuado, como aconteceu na última centena de anos em várias ilhas dos Açores. Manifesto, do fundo do coração, a minha solidariedade pessoal com todos os que estão a viver momentos de acentuada angústia. Gostaria ainda de deixar escrito e dito que nestes momentos é absolutamente indispensável que todos os que intervêm na vida pública tenham a clara consciência de que é essencial contribuir para a criação de um ambiente de máxima serenidade, compatível com a boa execução das medidas de emergência que a evolução da situação pode exigir. A política de informação clara seguida pelo SIVISA também me merece uma palavra de apoio, pois não seria pensável hoje que os cidadãos não estivessem a par da evolução de um fenómeno destes.

José Decq Mota em "Crónicas d’Aquém" No Açoriano Oriental em 22/09/05