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21 novembro 2009

A peça-chave

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Mário Abrantes“…O empreendedorismo é peça-chave do progresso económico e social…”, em contrapartida, “…o conceito de emprego torna-se cada vez mais obsoleto…”! De um lado a “ousadia e a ambição”, que é necessário incentivar e premiar, do outro as estruturas arcaicas das relações de trabalho, que revelam “conformismo”, e é preciso rejeitar. Expressões e pensamento do Sr. Presidente da República, esta semana noticiados. Expressões e pensamento que nos assolam os ouvidos todas as semanas, vindos de muitas outras fontes, em especial daquelas que pretendem formar opinião e modelar consciências. Portanto, empreendedorismo e ambição, sim! Emprego, não! Lógica arrasadora…

 

Quem vai então tratar da educação, da saúde, do combate ao crime, da prevenção e combate às dependências, da fome ou dos idosos acamados, dos reformados ou das pensões de sobrevivência, das crianças desprotegidas (Já para não falar dos desempregados, que esses, segundo a tese, deixarão automaticamente de existir assim que acabarem os “empregos”…). Naturalmente, está-se mesmo a ver, vão ser os ambiciosos e ousados empreendedores, acometidos de súbita vontade autónoma de trabalhar para os outros e para o bem comum!!!

Quem vai tratar de acartar pedra, de construir casas, de recolher e tratar do lixo, de tratar das vacas, das matas e dos jardins, de semear e plantar as terras, de cozer o pão, de levar a água, a electricidade ou a televisão por cabo a casa de cada um, de arranjar as ruas e os passeios, de servir os clientes, de fazer as limpezas, de ir buscar o peixe ao mar? Está-se mesmo a ver, os ambiciosos e ousados empreendedores, que se satisfazem com quaisquer 350 euros por mês, acometidos de súbita vontade para praticar desportos radicais!

E assim, apenas subsistirão aqueles “empregos”, que até à data nenhum Presidente da República considerou obsoletos, reservados ao Banco de Portugal, aos Governos ou aos Conselhos de Administração da banca e das grandes empresas públicas e privadas. Com salários e reformas adequados, é claro…

Sim, porque (segundo a Câmara do Comércio e Indústria de Ponta Delgada - CCIPDL) ter de pagar mais 5% de acréscimo ao salário mínimo a quem ganha em média menos 10% que os seus pares do Continente - os “empregados” açorianos - é um desastre para os ambiciosos e ousados empreendedores que, volto a lembrar, são “peça-chave” do progresso económico e social. É indispensável, portanto, acabar rapidamente com isso, sob risco de vermos totalmente sufocado o tecido empresarial regional.

Mas se, pela boca do próprio Presidente da CCIPDL: “…o que acontece neste momento é que as condições económicas estão degradadas porque a procura agregada está degradada…”, então somos forçados a concluir, pelo absurdo, que se dermos mais uma machadada nos salários, curamos o doente e resolvemos o problema da tal “procura agregada”(?).

Acabe-se com os salários e os empregos, substitua-se cada trabalhador por um ambicioso e ousado empreendedor (a recibo verde, por exemplo), e aqui está a chave para acabar com as condições económicas degradadas (tipo fazer sair o euromilhões a cada um dos apostadores)…

Quanto aos ambiciosos e ousados empreendedores já instalados no mercado, como a hotelaria e a construção civil, o Casino ou o BANIF (herdeiro bastardo da banca regionalizada), agradecem uma ajudinha do orçamento público e, seguindo os bons preceitos geradores do progresso económico e social, dos quais são religiosos adeptos, vão atrasando ou mesmo esquecendo o pagamento dos salários, ou livrando-se dos seus “obsoletos empregados”.

 

Artigo de opinião de Mário Abrantes, publicado no jornal "Diário dos Açores" na sua edição do dia 19 de Novembro de 2009

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