Graciosa
O Plano e Orçamento entregue na Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores não dá resposta aos problemas da Graciosa, antes ameaça agravar a situação existente, agudizando as dificuldades económicas e sociais sentidas na ilha.
Perde-se assim, mais uma vez, a ocasião de mudança que o plano e orçamento regional poderia constituir, se estivesse centrado no desenvolvimento da economia local e na resolução das carências e das desigualdades existentes.
No dia 13 de Janeiro, a 1ª candidata da CDU pelo círculo eleitoral dos Açores à Assembleia da República, Judite Barros, esteve na ilha Graciosa, onde foi entrevistada pela Rádio Graciosa. A candidata teve assim oportunidade de responder a várias questões de índole regional, mas que envolvem uma intervenção ao nível nacional. Para além de responder ao porquê da sua candidatura, e de explicar a diferença que esta candidatura apresenta em relação às outras, uma das matérias levantadas foi a questão da segurança que, nesta ilha, está na ordem do dia, pelo aumento da pequena criminalidade e pelos atos de vandalismo que atingiram até a própria sede da PSP, e pelo aumento do consumo de substâncias ilícitas. Estes comportamentos, muitas vezes decorrentes de situações sociais complexas, e da falta de alguma formação, agravam-se com a falta de recursos, quer materiais, quer de efetivos, de que a polícia sofre, sendo difícil, para a PSP, combater eficazmente este e outros problemas, mesmo que faça o melhor possível com o pouco que tem. Mais uma vez, a candidata revelou estar a par da situação, ressalvando que este assunto é prioritário, quer no manifesto regional, quer no programa de ação, estando na agenda para ser levado à Assembleia da República e ao Ministério da Administração Interna.
O coordenador Regional do PCP, Marco Varela e a primeira candidata pelo círculo eleitoral da Graciosa contataram diretamente os graciosenses e as organizações locais, escutaram as suas preocupações e aprofundaram o conhecimento dos problemas da Graciosa, com vista a levar a voz dos graciosenses à agenda política regional.
O coordenador do PCP lamenta encontrar problemas que se arrastam e continuam sem resposta por parte do Governo Regional, ano após ano, e diversas obras e infraestruturas essenciais ao desenvolvimento da ilha sempre adiadas, embora prometidas repetidamente à população da ilha, como o caso das obras de beneficiação da gare de passageiros da Graciosa ou a reabilitação de toda a zona do porto Afonso.
A CDU realizou ontem, dia 14 de setembro, a entrega da lista dos seus candidatos pelo círculo eleitoral da ilha da Graciosa às eleições para a Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores, que se realizam no próximo dia 25 de outubro.
A CDU/Açores esteve durante vários dias na ilha Graciosa em trabalho e consulta à população graciosense sobre as problemáticas da ilha. Diversos dos problemas levantados já foram denunciados anteriormente através de requerimentos apresentados na ALRAA. O grupo de trabalho que se deslocou à ilha demonstra a sua preocupação com diversos aspetos fundamentais para o desenvolvimento económico e social da ilha, considerando também a situação peculiar devida à COVID-19.
Nos passados dias 3 e 4 o Coordenador Regional do PCP Marco Varela visitou a ilha Graciosa, tendo contactado com os militantes do PCP, ativistas da CDU e população em geral.
Das questões levantadas que continuam a criar sérios constrangimentos ao desenvolvimento económico e social da Graciosa, destacam-se os problemas relacionados com a mobilidade da população. Os transportes continuam a ser um grande fator de isolamento e de estrangulamento da economia da ilha.
João Paulo Corvelo, Deputado do PCP, questionou hoje o Governo Regional sobre vários problemas que se colocam nos transportes aéreos, em particular nas ligações interilhas. O PCP denuncia a recorrente falta de lugares disponíveis nestas ligações, que se torna avassaladora durante os meses de verão, criando problemas graves aos açorianos e limitando o desenvolvimento do turismo na maior parte das ilhas. João Paulo Corvelo questiona ainda a política de favorecimento às viagens que obrigam a pernoitas nas ilhas de São Miguel ou Terceira, como um sobrecusto acrescentado às viagens de muitos açorianos e contribuiu para desviar fluxos turísticos, agravando as desigualdades do desenvolvimento económico. O PCP considera que que é forçoso atender às necessidades de transporte dessas duas ilhas, levando também em linha de conta a sua dimensão e que se trata aqui de gerir, da forma mais eficiente possível, recursos limitados, mas que isso não pode ser feito à custa da imposição de restrições objectivas ao direito à mobilidade dos restantes açorianos, nem limitando o direito ao desenvolvimento de todas as ilhas dos Açores. Assim o PCP quer saber que medidas tomou ou vai tomar o Governo Regional para minimizar as diferenças no acesso ao direito à mobilidade dos açorianos das várias ilhas, nomeadamente, em relação à disponibilidade de lugares nos voos interilhas, em especial nos meses de verão; em relação à política de preços e horários praticados pela SATA, que favorecem, quando não impõem sem alternativa, viagens que obrigam a pernoitas ou escalas noutras ilhas e em relação à necessidade de promover uma distribuição mais equitativa dos fluxos turísticos e dos seus proveitos entre as várias ilhas da Região.
Na sua intervenção, no encerramento do debate sobre o Plano e orçamento da região para 2017, o Deputado do PCP, João Paulo Corvelo, criticou a falta de humildade democrática do Governo Regional do PS e apontou a falta de soluções para os grandes problemas da Região. João Paulo Corvelo apontou ainda a falta de empenho na Coesão Regional e considerou que este Plano mantém a orientação para a centralização do desenvolvimento regional num único pólo, pelo que merecerá a oposição do PCP.
A Representação Parlamentar do PCP apresentou um conjunto de propostas de alteraçãoàs propostas de Plano e de Orçamento para o ano de 2017 que estarão esta semana em discussão no Parlamento Regional, demonstrando que outras opções são possíveis e que é necessário um novo rumo para a governação regional.As propostas que a Representação Parlamentar do PCP apresenta apontam para um desenvolvimento assente na coesão social e territorial e na justiça social, demonstrando que as desigualdades e as assimetrias, que hoje se cavam cada vez mais fundo, não são inevitáveis, são o resultado de opções políticas deliberadas. O PCP, tal como sempre afirmou, empenha-se seriamente na construção de soluções políticas que tenham em vista o desenvolvimento harmonioso da região e de todas as suas parcelas, ou seja, das nove ilhas do nosso Arquipélago. Pensamos que só uma estratégia de desenvolvimento baseada nesta premissa e com ideias inovadoras poderá garantir o desenvolvimento da nossa Região.