Se atentarmos um pouco no que, no plano político, se vai passando na nossa Região Autónoma, quase que poderíamos dizer que “não se passa nada”!
O poder regional do Partido Socialista apresenta aqueles sinais de auto-esgotamento que se notavam, no inicio dos anos noventa, no poder regional então exercido pelo PSD.
Com este quadro concreto a Autonomia não se cumpre, o desenvolvimento não se assegura, o futuro não se constrói com solidez.
Haverá quem diga que esta realidade morna e nada imaginativa se deve à crise global que se vive. Curiosamente esses que dizem isso são alguns dos que, há dois anos, esboçavam o absurdo discurso de que “a crise aqui não chega”. A crise chegou e será tanto mais extensiva e séria, quanto menos sejam usadas as prerrogativas constitucionais que permitem a Região realizar políticas adequadas à nossa realidade específica.
Entretanto, o conformismo, o seguidismo em relação ao poder PS da Republica e a habituação ao poder, transformam o Governo Regional numa entidade amorfa, que se legitima numa maioria de deputados cada vez menos activa. È esta a nossa triste realidade actual.
Artigo de opinião de José Decq Mota, publicado no jornal "Diário Insular", na sua edição do dia 30 de Março de 2010