Para além das comemorações governamentais, este ano realizadas em Santa Maria, a 2ª Feira do Espírito Santo é, de facto, um dia que, no plano regional é de unidade cultural, histórica e religiosa entre todas as ilhas. O culto do Divino Espírito Santo, comum a todas as ilhas, junta o sentimento religioso do Povo ao sentido profundo de solidariedade humana que deve animar os nossos actos. Essa tradição religiosa e cultural constitui uma das mais ricas características comuns à população de todas as ilhas. Por essa razão principal está bem escolhido o Dia da Região Autónoma dos Açores, uma vez que para que a Região se consolide é indispensável haver um claro sentido de solidariedade no nosso processo de desenvolvimento. Nas políticas concretas que são feitas, nas orientações que são adoptadas, nas práticas quotidianas que são assumidas muitas vezes não se vislumbra esse sentido unitário de desenvolvimento solidário. Das palavras aos actos vai, às vezes, uma distância maior do que aquela que separa o Corvo de Santa Maria! As leis que se fazem muitas vezes têm conteúdos que negam os princípios expressos nos respectivos preâmbulos.
José Decq Mota em “Crónicas de Aquém” no Açoriano Oriental em 19/05/05