O Núcleo do Faial da Partido Ecologista "Os Verdes" (PEV) contestou
no passado dia 6 de Fevereiro aquilo que considera ser a má gestão de resíduos sólidos na ilha
de São Jorge, que são encaminhados para uma "lixeira a céu aberto".
Em conferência de Imprensa, realizada na cidade da Horta, a líder local de "Os Verdes", contestou o tipo de encaminhamento dos resíduos locais.
Segundo explicou, o "pseudo-aterro sanitário de São Jorge não passa de uma lixeira a céu aberto", onde são queimados, simultaneamente, "esferovite, pneus e até carcaças de animais".
Este é um cenário que o Partido Ecologista quer ver banido de uma região que deve oferecer ainda melhores condições de vida a quem vive nas ilhas ou a quem as visita, explicou a dirigente partidária.
Confrontada com a existência de problemas semelhantes no aterro sanitário do Faial, gerido pela autarquia PS/CDU, Cristina Carvalhinho foi menos crítica, salientando o trabalho que o vereador José Decq Mota tem efectuado naquela estrutura, no sentido de dotá-la de uma nova célula para a deposição de lixos.
A líder local do PEV elegeu também a gestão dos recursos hídricos como um aspecto fundamental na política ambiental do partido.
Cristina Carvalhinho adiantou ainda que "Os Verdes" vão concorrer nas eleições autárquicas deste ano, de novo em coligação com o PCP, e manifestou o desejo do partido garantir um assento na Assembleia Municipal da Horta.
A dirigente ecologista lamentou, por outro lado, que o seu partido não tenha conseguido eleger um candidato ao Parlamento açoriano nas Legislativas Regionais de Outubro passado, mas recordou que o deputado Aníbal Pires, do PCP e eleito pela CDU, é um digno representante da voz e dos interesses do PEV.
A conferência de Imprensa serviu também para anunciar que o Partido Ecologista os Verdes está a reestruturar os seus núcleos de ilha e a preparar a sua participação na XIª Convenção Nacional, que irá decorrer a 13 e 14 de Março.
Em resposta a estas acusações, o presidente da Câmara das Velas, ilha de São Jorge, admitiu à agência Lusa que o aterro sanitário do concelho "não tem a modernidade que devia ter".
António Silveira admite que o aterro já não serve os interesses do concelho e que em breve, os dois municípios da ilha (Velas e Calheta) vão construir um novo aterro conjunto, com o apoio do Governo Regional.
"O Governo já apresentou o projecto do novo aterro na última visita estatutária à ilha, por isso, não se justifica investirmos no actual aterro", sublinhou o autarca do PSD.
António Silveira admite também que sejam colocadas carcaças de animais no aterro, mas nega que os resíduos sejam queimados e garante que os pneus e os óleos lá depositados, destinam-se a exportação.
Publicado pela Agência Lusa, em 6 de Fevereiro de 2009