O Presidente da República, Cavaco Silva, escolheu os membros do
Conselho de Estado que compete ao Presidente da República nomear.
O novo Presidente escolheu o seu Mandatário Nacional, três
personalidades do PSD e uma do CDS/PP.
O Presidente de Portugal afirmou assim que a órbita de influência e de conselho que quer é aquela que se situa à direita. Como disse e bem Jerónimo de Sousa, Cavaco Silva é o Presidente de Portugal mas parece não querer ser o Presidente de todos os portugueses. Jorge Sampaio procurou alargar, ao máximo, as opiniões presentes no órgão de consulta do Presidente – o Conselho de Estado. Cavaco Silva, ao invés, marca o órgão de consulta do Presidente com a opinião de individualidades da Direita. São certamente duas posturas muito diferentes. A do antecessor apontava muito para a necessidade de haver um diálogo político ao mais alto nível. A do actual Presidente aponta, e mal, para a uniformização de opinião.
A História irá dizer-nos que Jorge Sampaio procurou ter, no seu órgão de consulta, as principais opiniões políticas activas existentes na sociedade portuguesa. O actual Presidente, recém entrado em Belém está, ao invés, a criar as condições para exercer o seu mandato num sentido ideológico muito restrito, mesmo em relação aos eleitores que o elegeram. Vamos iniciar uma época de manipulação ideológica ainda mais intensa. Tudo indica nesse sentido.
José Decq Mota em “Crónicas d’Aquém” no Açoriano Oriental
