Faleceu no passado dia 3 de Fevereiro o Dr. António Borges Coutinho, conhecida personalidade de origem micaelense. Nascido numa família aristocrática, com raízes em S. Miguel, António Borges Coutinho revelou-se desde a juventude aberto a ideias transformadoras e foi, com naturalidade, que se empenhou nas lutas da Oposição Democrática Portuguesa.
Foi na campanha presidencial do General Humberto Delgado, em 1958, que Borges Coutinho, assumindo-se como representante devidamente credenciado dessa candidatura em Ponta Delgada, iniciou na ilha de S. Miguel, um trabalho oposicionista organizado que perdurou e deu frutos até ao 25 de Abril. Foi preso pela PIDE, foi julgado pelo Tribunal Plenário de má memória, teve a sua vida vigiada permanentemente, mas nunca desarmou. Integrou a Comissão Democrática Eleitoral (CDE) do Distrito de Ponta Delgada, em 1969, cuja Lista obteve um dos melhores resultados contabilizados pela Oposição. Numa palavra, de 58 a 74, foi um antifascista empenhado, sempre presente e sempre ligado aos Açores.
Foi, depois do 25 de Abril, Governador Civil de Ponta Delgada. Em conjunto com os Governadores de Angra, Dr. Oldemiro de Figueiredo e da Horta, Cmdt. Sá Vaz, muito se empenhou junto dos Governos Provisórios para que fossem atenuados gravíssimos problemas económicos e sociais que afectavam os Açores.
Na sequência da manifestação de 6 de Junho, manipulada e montada por sectores que combatiam as transformações democráticas, demitiu-se do cargo de Governador, mas não se demitiu da luta, que manteve toda a vida. Militante do PCP, apoiou permanentemente a acção do PCP/Açores.
Em 2002 foi muito justamente condecorado, por Jorge Sampaio, com o grau de Grande Oficial da Ordem da Liberdade.
Todos os que lutam por transformações democráticas nunca se esquecerão dele.
José Decq Mota
Foi, depois do 25 de Abril, Governador Civil de Ponta Delgada. Em conjunto com os Governadores de Angra, Dr. Oldemiro de Figueiredo e da Horta, Cmdt. Sá Vaz, muito se empenhou junto dos Governos Provisórios para que fossem atenuados gravíssimos problemas económicos e sociais que afectavam os Açores.
Na sequência da manifestação de 6 de Junho, manipulada e montada por sectores que combatiam as transformações democráticas, demitiu-se do cargo de Governador, mas não se demitiu da luta, que manteve toda a vida. Militante do PCP, apoiou permanentemente a acção do PCP/Açores.
Em 2002 foi muito justamente condecorado, por Jorge Sampaio, com o grau de Grande Oficial da Ordem da Liberdade.
Todos os que lutam por transformações democráticas nunca se esquecerão dele.
José Decq Mota