Em Portugal há gente melhor para fazer melhor. Tudo está armadilhado, no entanto, para tentar impedi-los de o fazer…
Quem armadilha? Os mesmos que, revezando-se no poder, não se revezam (há quase trinta anos) nas políticas de retrocesso relativamente aos ideais proclamados pela Revolução de Abril e, beneficiando com isso uma minoria, se encarregaram de conduzir o país à situação desastrosa e humilhante a que chegou em 2011.
Quem armadilha? Os mesmos que, revezando-se no poder, não se revezam (há quase trinta anos) nas políticas de retrocesso relativamente aos ideais proclamados pela Revolução de Abril e, beneficiando com isso uma minoria, se encarregaram de conduzir o país à situação desastrosa e humilhante a que chegou em 2011.
Como se armadilha? Defendendo que eles mesmos, os partidos que enterraram o país, são os únicos partidos em quem merece a pena votar, porque são os únicos partidos responsáveis e credíveis para o salvar…Defendendo, pasme-se, pela boca do actual Presidente da República, a constituição de uma nova “União Nacional” (Marcelo Caetano teve um pouco mais de vergonha, pois mudou-lhe o nome para ANP). Por outras palavras, defendendo a subversão ao 25 Abril, no próprio aniversário da Revolução...
Com que outras armas contam? Com a arma da falsa e espectacular digladiação entre líderes, pelo assalto do poder: Sócrates é mentiroso e incompetente, atacam uns, Passos Coelho é aldrabão e trapalhão, atacam outros, assim se fomentando claques entre eleitores, para levá-los à ilusão da escolha entre caras, sem que se apercebam do coração comum que nos dois bate pela adesão voluntária e submissa às imposições externas e ao abandono da soberania a que acorrentaram o país. Com a arma da extensão das culpas à generalidade dos portugueses (para de seguida lhes impor mais sacrifícios) pelo desleixo económico e financeiro com que há décadas governam, e do qual são os únicos responsáveis, destruindo sistematicamente o aparelho produtivo nacional, criando desemprego em massa e alargando escandalosamente o fosso entre ricos e pobres. E com a arma das sondagens…
As sondagens poluem a liberdade e a consciência do eleitor. Elas antecipam uma coisa que não é antecipável: o voto. Fingem adivinhar, para fabricar resultados. Muitos daqueles a quem é proposto votar para as sondagens, votam de maneira diferente ou não votam no dia das eleições. Outros tantos - nas últimas foram (só) 36% - não respondem ou não “votam” nas sondagens, mas entretanto (com base em resultados anteriores) são ilegitimamente contados para as previsões percentuais que elas põem cá fora. Alguém as paga, e são caras, servindo para consumo interno daqueles que as podem pagar e (com a imensa ajuda de uma comunicação social acrítica ou mesmo cúmplice) para dizer ao eleitorado, como se o resultado já estivesse decidido, que o PS está taco a taco com o PSD, ou seja, que os mesmos vão continuar a governar após 5 de Junho, com uma política que também será mais do mesmo. Assim, as sondagens cumprem o seu papel perverso e poluente da Democracia, ajudando a violar o segredo do voto e a “fabricar” resultados, pela desmotivação consequente que provocam (pretendem provocar?) nos apoiantes e potenciais eleitores de outras forças políticas concorrentes: “Não vale a pena ir lá votar, porque eles já ganharam outra vez…”.
Engano fatal este, que é indispensável (e possível) contrariar. O voto é uma vez só por cada eleitor e para cada eleição, é secreto, e apenas conta se for deposto na urna no dia das eleições e não noutro qualquer!
“Quero o meu cravo de volta, e o FMI fora daqui”, dizia-se nas comemorações do aniversário do 25 de Abril em Ponta Delgada.
Quem fala assim não é gago, nem embarca em sondagens…
Com que outras armas contam? Com a arma da falsa e espectacular digladiação entre líderes, pelo assalto do poder: Sócrates é mentiroso e incompetente, atacam uns, Passos Coelho é aldrabão e trapalhão, atacam outros, assim se fomentando claques entre eleitores, para levá-los à ilusão da escolha entre caras, sem que se apercebam do coração comum que nos dois bate pela adesão voluntária e submissa às imposições externas e ao abandono da soberania a que acorrentaram o país. Com a arma da extensão das culpas à generalidade dos portugueses (para de seguida lhes impor mais sacrifícios) pelo desleixo económico e financeiro com que há décadas governam, e do qual são os únicos responsáveis, destruindo sistematicamente o aparelho produtivo nacional, criando desemprego em massa e alargando escandalosamente o fosso entre ricos e pobres. E com a arma das sondagens…
As sondagens poluem a liberdade e a consciência do eleitor. Elas antecipam uma coisa que não é antecipável: o voto. Fingem adivinhar, para fabricar resultados. Muitos daqueles a quem é proposto votar para as sondagens, votam de maneira diferente ou não votam no dia das eleições. Outros tantos - nas últimas foram (só) 36% - não respondem ou não “votam” nas sondagens, mas entretanto (com base em resultados anteriores) são ilegitimamente contados para as previsões percentuais que elas põem cá fora. Alguém as paga, e são caras, servindo para consumo interno daqueles que as podem pagar e (com a imensa ajuda de uma comunicação social acrítica ou mesmo cúmplice) para dizer ao eleitorado, como se o resultado já estivesse decidido, que o PS está taco a taco com o PSD, ou seja, que os mesmos vão continuar a governar após 5 de Junho, com uma política que também será mais do mesmo. Assim, as sondagens cumprem o seu papel perverso e poluente da Democracia, ajudando a violar o segredo do voto e a “fabricar” resultados, pela desmotivação consequente que provocam (pretendem provocar?) nos apoiantes e potenciais eleitores de outras forças políticas concorrentes: “Não vale a pena ir lá votar, porque eles já ganharam outra vez…”.
Engano fatal este, que é indispensável (e possível) contrariar. O voto é uma vez só por cada eleitor e para cada eleição, é secreto, e apenas conta se for deposto na urna no dia das eleições e não noutro qualquer!
“Quero o meu cravo de volta, e o FMI fora daqui”, dizia-se nas comemorações do aniversário do 25 de Abril em Ponta Delgada.
Quem fala assim não é gago, nem embarca em sondagens…
Mário Abrantes