Não podia ser de outro modo, nem nunca será de outro modo, pois a razão de ser principal da participação da CDU/Faial na referida maioria plural prende-se exactamente com a defesa dos interesses do Faial. Contribuir para uma gestão plural mais participada e que se quer eficiente é contribuir para a defesa do Faial . Contribuir para a definição de políticas municipais adequadas aos recursos disponíveis mas correctas no seu conteúdo é contribuir para a defesa do Faial Contribuir para o reforço da intervenção municipal a nível da Assembleia e da Câmara, a propósito da resolução de problemas do Faial que dependem ou da Administração Central ou da Administração Regional, e trabalhar para o aumento da eficácia e melhoria da articulação e da operatividade de todos os serviços públicos é contribuir para a defesa do Faial.
Tudo isto é verdade e tudo isto está incluído naquilo que são as tarefas e responsabilidades diárias de todos os participantes na maioria municipal plural que hoje gere a Câmara Municipal da Horta. Mas para defender o Faial há que ultrapassar, claramente, essa dimensão político-administrativa . As forças políticas em presença, as forças vivas da nossa sociedade, os parceiros sociais locais, o associativismo social, cultural, desportivo e recreativo, necessitam, todos, de ter ideias firmes e claras sobre o futuro que se quer. A posição de “deitar a baixo”, muito assumida por algumas figuras políticas, não serve essa luta pelo nosso desenvolvimento. A defesa das ideias que se concebem é um direito inalienável. Usar, como é tradição local, embora algo esbatida, a imprensa local para esse fim é muitíssimo importante. Vir à praça pública como fizeram os lavradores pela fábrica dos lacticínios, os professores contra a unificação das Escolas, a Câmara do Comércio e o Clube Naval pela bacia Sul da Marina, é por vezes necessário e insubstituível. Ter em mente que o investimento público nacional e regional no Faial tem que recuperar anos e anos de atraso é uma necessidade óbvia. Dar voz aos problemas, dar voz aos esquecidos, dar voz ás causas justas, é hoje tão necessário como ontem. Que ninguém pense que os faialenses são amorfos ou pouco activos, porque isso não corresponde à verdade.
O simples facto de a partir de 1997 os faialenses terem começado a repartir os votos mais acentuadamente por três significa que o eleitorado foi procurando equilíbrios por via institucional e eleitoral. Pessoalmente analiso essas questões com muita atenção e cuidado e sei que se espera de mim e da área política em que me insiro, uma activa participação no poder municipal, a par de uma activa acção política em defesa dos interesses do Faial. É exactamente essa a linha que a CDU/Faial definiu para a actuação dos seus eleitos. Por isso os faialenses nos vão encontrar sempre a defender o crescimento do porto, a ampliação da pista, a construção do DOP, etc., mas também nos vão encontrar a trabalhar pela habitação social que falta, pelas correcções ambientais que são urgentes, por uma mais profunda difusão cultural , por uma maior justiça social e muitos outros aspectos. Que se desiludam os “boateiros do costume”! A CDU/Faial, os seus vereadores, deputados municipais, membros de juntas e assembleias de freguesia e os activistas em geral, não se calaram nem se calam. Estamos onde estamos só e apenas pelo Faial!
José Decq mota no “Tribuna das Ilhas”