Defender o Faial

jose_decq_motta.jpgA defesa dos interesses do Faial, no quadro do desenvolvimento da Região Autónoma, foi sempre um dos fios condutores da minha actividade política. Usei sempre os meios de que fui dispondo para analisar, denunciar, propor e contribuir para a resolução de problemas desta ilha. Hoje, embora participe numa maioria municipal plural em representação da CDU, mantenho exactamente a mesma postura.

Não podia ser de outro modo, nem nunca será de outro modo, pois a razão de ser principal da participação da CDU/Faial na referida maioria plural prende-se exactamente com a defesa dos interesses do Faial. Contribuir para uma gestão plural mais participada e que se quer eficiente é contribuir para a defesa do Faial . Contribuir para a definição de políticas municipais adequadas aos recursos disponíveis mas correctas no seu conteúdo é contribuir para a defesa do Faial Contribuir para o reforço da intervenção municipal a nível da Assembleia e da Câmara, a propósito da resolução de problemas do Faial que dependem ou da Administração Central ou da Administração Regional, e trabalhar para o aumento da eficácia e melhoria da articulação e da operatividade de todos os serviços públicos é contribuir para a defesa do Faial.

Tudo isto é verdade e tudo isto está incluído naquilo que são as tarefas e responsabilidades diárias de todos os participantes na maioria municipal plural que hoje gere a Câmara Municipal da Horta. Mas para defender o Faial há que ultrapassar, claramente, essa dimensão político-administrativa . As forças políticas em presença, as forças vivas da nossa sociedade, os parceiros sociais locais, o associativismo social, cultural, desportivo e recreativo, necessitam, todos, de ter ideias firmes e claras sobre o futuro que se quer. A posição de “deitar a baixo”, muito assumida por algumas figuras políticas, não serve essa luta pelo nosso desenvolvimento. A defesa das ideias que se concebem é um direito inalienável. Usar, como é tradição local, embora algo esbatida, a imprensa local para esse fim é muitíssimo importante. Vir à praça pública como fizeram os lavradores pela fábrica dos lacticínios, os professores contra a unificação das Escolas, a Câmara do Comércio e o Clube Naval pela bacia Sul da Marina, é por vezes necessário e insubstituível. Ter em mente que o investimento público nacional e regional no Faial tem que recuperar anos e anos de atraso é uma necessidade óbvia. Dar voz aos problemas, dar voz aos esquecidos, dar voz ás causas justas, é hoje tão necessário como ontem. Que ninguém pense que os faialenses são amorfos ou pouco activos, porque isso não corresponde à verdade.

O simples facto de a partir de 1997 os faialenses terem começado a repartir os votos mais acentuadamente por três significa que o eleitorado foi procurando equilíbrios por via institucional e eleitoral. Pessoalmente analiso essas questões com muita atenção e cuidado e sei que se espera de mim e da área política em que me insiro, uma activa participação no poder municipal, a par de uma activa acção política em defesa dos interesses do Faial. É exactamente essa a linha que a CDU/Faial definiu para a actuação dos seus eleitos. Por isso os faialenses nos vão encontrar sempre a defender o crescimento do porto, a ampliação da pista, a construção do DOP, etc., mas também nos vão encontrar a trabalhar pela habitação social que falta, pelas correcções ambientais que são urgentes, por uma mais profunda difusão cultural , por uma maior justiça social e muitos outros aspectos. Que se desiludam os “boateiros do costume”! A CDU/Faial, os seus vereadores, deputados municipais, membros de juntas e assembleias de freguesia e os activistas em geral, não se calaram nem se calam. Estamos onde estamos só e apenas pelo Faial!

José Decq mota no “Tribuna das Ilhas”