Ao anunciar medidas que castigam duramente, uma vez mais, quem trabalha e que beneficiam despudoradamente quem acumula capital, o 1º Ministro Passos Coelho e todos os seus apoiantes do PSD e do CDS/PP, ultrapassaram todos os limites que balizam um regime democrático. Tomam as medidas, alegadamente para resolver a questão da “equidade dos sacrifícios” levantada pelo Tribunal Constitucional, mas agravam profundamente o fosso que na nossa sociedade separa os poucos que muito têm dos muitos que pouco ou nada têm. Dizem que, com esta brutalidade, querem combater o desemprego, fingindo não perceber que com um mercado interno comprimido ao máximo não haverá nunca criação de emprego. Possibilitam, de forma directa, que os grandes grupos económicos e financeiros acumulem uma enormidade de capital, sem qualquer exigência de colocação desses meios ao serviço da dinamização da economia. Escondem que milhares de micro, pequenas e médias empresas só terão a sua salvação na expansão do mercado interno, porque só facturando sobrevivem.
Naturalmente a Região Autónoma dos Açores continuará a sofrer, muito fortemente, os efeitos desta política cada vez mais extremista do PSD e do CDS/PP, pelo que não é imaginável que, a 14 de Outubro próximo, os açorianos dêem o poder regional ao PSD ou dêem qualquer papel relevante na vida regional ao CDS/PP.
Os limites estão ultrapassados, a luta tem que se afirmar!
Artigo de opinião de José Decq Mota, publicado em 10 de setembro de 2012