No próximo Domingo lá vamos a votos, para decidir qual será a composição da Assembleia Legislativa Regional dos Açores. Dessa composição resultará a composição política do Governo Regional.
Estas eleições realizam-se no quadro de uma enorme e calamitosa crise nacional, com consequências muito visíveis na Região, provocada, aprofundada e sempre agravada pelas políticas actuais do PSD e do CDS e com muita responsabilidade do PS, quer pelas suas governações anteriores, quer pelo facto de, até agora, ter aprovado, na Assembleia da Republica, todas as medidas que levaram a esta situação.
As preocupações dos açorianos estão centradas hoje, como as dos restantes portugueses, nas questões nacionais e sabem que toda a política desgraçada que está a ser feita tem aqui todos os reflexos que tem no resto do território, acrescidos dos efeitos que a distância e a dispersão do território regional provocam. Sabemos também que a Autonomia, forma especial e constitucional de organizar, nos Açores e na Madeira, uma boa parte dos poderes do Estado, está posta em causa em muitos e decisivos domínios.
Neste quadro, o pior que podia acontecer aos Açores seria ter um poder regional submisso e subjugado ao poder da Republica do PSD e do CDS. Muito mau, também, seria ter um poder regional, tal como o actual do PS, assente numa maioria absoluta disposta, como a vida demonstrou em 2012, a aceitar tudo o que aparece como imposição leonina e abusiva.
Recentes estudos de opinião registados mostram que PSD estará longe de ganhar as eleições; que o PS estará longe de ter a maioria absoluta; que o CDS parece estar a escapar da perca de votos, o que não é merecido dada a enorme responsabilidade que tem na situação actual; que a CDU está a crescer e pode eleger mais deputados; que ainda há muitos indecisos.
Evitar as maiorias absolutas é o caminho.
Artigo de opinião de José Decq Mota, publicado em 10 de outubro de 2012