As Eleições Regionais do próximo Domingo

jos_decq_mota_webNo próximo Domingo, dia 14 de Outubro, vamos votar e com esse voto escolher a composição da Assembleia Legislativa Regional dos Açores. Dessa composição resultará a composição do Governo Regional. Trata-se de escolhas tanto mais importantes quanto, como todos já percebemos, tudo o que é caracterizador da Constituição da Republica, incluindo a Autonomia, está, na prática, posto em causa pela política da nova extrema-direita neoliberal assumida e a ser executada pelo PSD e pelo CDS.

Estudos de opinião realizados recentemente, mostram que, a poucos dias das eleições, existirá um elevado número de indecisos. Não é de estranhar que assim seja, pois são certamente vários milhares os eleitores que, obrigatoriamente, perderam a confiança nos partidos (PSD e CDS) que estão, dia após dia, a empobrecer o País, a aumentar impostos, a roubar salários e subsídios, a fazer crescer escandalosamente o número de desempregados, a maltratar reformados e pensionistas, a cortar o futuro à juventude, a liquidar conquistas e direitos sociais, a cortar na educação e na saúde. São também certamente vários milhares os eleitores que condenam aqueles (PS) que, pela governação que fizeram e pelos votos favoráveis que hoje dão à política governo na Assembleia da Republica, são também enormemente responsáveis pela situação actual.

As grandes preocupações políticas dos açorianos têm estado, como não podia deixar de ser, muito centradas nas questões nacionais e nas péssimas medidas tomadas, pois elas abatem-se sobre nós de forma directa e, em vários casos, de forma agravada pela distância e pela dispersão do nosso território. Não obstante isso, as questões especificamente regionais, embora secundarizadas pelos factos, continuam a ser de grande importância para nós e de enorme importância para quem se preocupa em defender os Açores, em defender a Autonomia e em contribuir para que possamos, todos, sair bem da crise que nos está a destruir.

Do ponto de vista estritamente regional temos estado a ser governados por uma maioria absoluta do PS, sustentada por um grupo parlamentar com um comportamento e acção muito medíocres, caracterizada por práticas governativas com demasiado autoritarismo e clientelismo e marcada por opções políticas encostadas às opções tradicionais da política de direita, como são o centralismo e o proteccionismo à iniciativa privada de maior dimensão. Esta governação regional deste PS tem gerado, legitimamente, muito descontentamento, notando-se mesmo que alguns poucos novos apoios que os candidatos desse partido têm recebido vêm da parte de oportunistas que querem saltar para o “barco do poder” e, se possível, participar, recebendo “mais umas lascas”, na divisão do “bolo orçamental”.

Perante este múltiplo e desolador quadro, é natural que existam muitos indecisos, mas é necessário que esses indecisos interpretem bem as causas da sua indecisão e, em função disso, exerçam o seu inalienável direito de voto de forma inovadora, útil e eficaz.

Os mesmos estudos de opinião a que já me referi dão a indicação que o PSD estará longe de poder vencer estas eleições regionais, o que se percebe lembrando que ninguém gosta de pôr a cabeça no cadafalso e ninguém gosta de dar prémios e mais poder a quem nos está a roubar! Dão a indicação de que o PS estará longe da maioria absoluta, o que sendo pouco, tem que ser interpretado como uma séria advertência de muitos que não querem, nem suportam, tantos abusos e tanta arrogância. Dão uma indicação estranha relativa ao CDS, que aparece a manter o essencial dos seus votos, o que resultará da forma demagógica como este partido participa no poder, procurando dar sempre a ideia “que não tem nada a ver” com o que está a ser feito! Dão uma indicação de crescimento à CDU, frisando a possibilidade dessa força aumentar o número de deputados. Sublinham a existência de um elevado número de cidadãos ainda indecisos.

Penalizar os responsáveis pela situação actual, evitar maiorias absolutas e reforçar eleitoralmente os que defendem, de forma séria, os interesses do Povo, é o caminho desejável.

Que todos participem e com essa participação defendam lucidamente a Democracia, a Autonomia, a Justiça Social e os Açores, são os meus votos.

 

Artigo de opinião de José Decq Mota, publicado no dia 11 de outubro de 2012