Todos sabemos que subsistem nos Açores alguns problemas sociais
crónicos, que, apesar de enfrentados, não tem tido a evolução que se
quereria.
Estou a referir-me a questões de habitação, de combate ao insucesso
escolar, à existência de elevada fuga á escolaridade, aos muito
preocupantes problemas das toxicodependências, a certos problemas de
saúde pública, de entre outros.
Se é certo que há uma relação forte entre estas questões e os problemas do desenvolvimento, do crescimento económico e da saúde das empresas, é também certo que, à parte isso, muitos dos programas específicos de investimento público nestas áreas têm-se mostrado insuficientes ou pouco operativos.
Estou em crer que há necessidade de um maior envolvimento do conjunto das instituições e da sociedade nestas questões.
E exigível uma fortíssima colaboração entre organismos oficiais regionais e autárquicos na detecção, diagnóstico e tratamento destas questões.
É desejável que os organismos, serviços e instituições destas áreas trabalhem em rede, com claro sentido humanitário, na prossecução dos programas.
É obrigatório que saibamos, todos, tirar melhor proveito social do esforço financeiro público que é feito.
È fundamental reconhecer o esforço diariamente feito por muitas IPSSs, mas é também necessário concluir que o investimento feito em programas específicos é, por vezes ainda baixo.
Não basta ter “preocupações sociais” para se apostar com convicção nestas áreas. É preciso sentir que a justiça social é um objectivo muito nobre!
José Decq Mota em “Crónicas D’Aquém” no Açoriano Oriental