Carolina

jose_decq_motta.jpgO nome de Carolina “invadiu”nos últimos dias todos os Órgãos de Comunicação Social, grandes e pequenos, áudio ou vídeo, falados ou escritos, do nosso País. Uma Carolina houve que publicou um livro e esse livro transformou-se na notícia principal e persistente por vários dias.

Não vou falar de Carolina Salgado, nem do seu livro de mexericos, relatos e denúncias. Não tenho qualquer interesse pelas questões que se prendem com a vida dessa senhora e do seu ex-namorado. Quero só e apenas chamar a atenção para o facto deste livro constituir mais um episódio no negro e obscuro panorama que marca o dirigismo do futebol português profissional. Ao falar-se hoje de futebol é inevitável associarem-se as ideias de corrupção, de manipulação, de manobrismo e de aproveitamento. Ao falar-se hoje dos principais dirigentes dos principais clubes de futebol é inevitável pensar-se em total falta de transparência, valores, moralidade e seriedade. As denúncias de Carolina Salgado, independentemente de serem ou não rigorosas e verdadeiras, definem, um ambiente, um estilo, um modo de estar, que anula todos os “carismas clubisticos” que os visados possam ter. Quando hoje, neste nosso País, se fala dos presidentes dos principais clubes, quando se pensa no dourado que certos apitos têm, quando se mencionam os milhões que volta e meia desaparecem, nenhum de nós se admira. Mas felizmente muitos de nós ainda se indignam.

José Decq Mota em “Crónicas d’Aquém” no Açoriano Oriental