Alberto João Jardim, num discurso só, feito na Presidência do Governo Regional, anunciou que saia e que se candidatava a entrar novamente. Jardim proclamou que se demite por causa da Lei de Finanças Regionais e proclamou que pretende novo mandato para combater os que a aprovaram. Nas últimas eleições regionais o PSD/M de Alberto João Jardim teve 53,7% dos votos. Nas próximas eleições antecipadas qualquer voto ou ponto a mais do que esses será uma vitória de Jardim e qualquer voto ou ponto a menos será uma derrota. E é tempo, muito sinceramente o digo, de Alberto João Jardim começar a sentir o sabor da derrota. A partir do momento em que a ânsia de poder leva Jardim a querer eleições à pressa, a questão da Lei das Finanças Regionais deixa de ser uma questão central e passa a estar em causa a política concreta que o líder madeirense pratica. E essa é uma política inaceitável de desequilíbrio social, de clientelismo absurdo, de limitação de direitos, de domínio sobre a sociedade. As novas acessibilidades (aeroportos, viadutos e túneis) não são suficientes para esconder as enormes assimetrias sociais existentes que resultam da política desenvolvida por Alberto João Jardim. É tempo dos madeirenses verem bem essa situação e darem para trás no “Jardinismo”.
José Decq Mota em “Crónicas D’Aquém” no Açoriano oriental a 22 02 2007