
O primeiro e útil ensinamento a tirar é o de que em todo este processo ficou desmascarada a profunda falsidade dos princípios da solidariedade, da coesão e do progresso social em que desde há décadas se vem dizendo que assenta esta Europa que nos têm vendido e que nos habituámos a "engolir" de forma muitas vezes acrítica. Ficou perfeitamente à vista a sua natureza anti-democrática, anti-social, ofensiva da independência e dignidade das nações e dos povos, e bloqueadora do desenvolvimento harmónico.
O segundo ensinamento é de que se tornou indisfarçável no seio desta Europa, com caráter deliberativo de facto e para lá das instituições formais como o Eurogrupo, a Comissão, o Conselho ou o Parlamento Europeu, o domínio de um ou dois países economicamente mais fortes (em particular da Alemanha e França), constituídos em diretório de comando, conjuntamente com o BCE e o FMI.
O terceiro ensinamento consiste na evidência da ligação profunda deste diretório aos interesses da oligarquia financeira transnacional, fazendo uso preferencial da submissão à moeda única e do chicote chantagista da dívida pública para, em particular sobre os países (e estados) económica e financeiramente mais débeis da União, agravar a exploração no mundo do trabalho, promover a apropriação progressiva pelo setor privado transnacional de todo o património público, económico e produtivo estratégico dos países endividados, e aumentar a concentração monopolista e capitalista, provocando o agravamento das desigualdades a todos os níveis.
O quarto ensinamento é o de que qualquer tentativa de romper com este status quo de domínio e sufoco do interesse dos povos e nações da UE, como aquela que sucedeu na Grécia, representa uma batalha desigual e extremamente difícil por se desenrolar perante uma correlação de forças muito favorável aos dominadores e aos interesses instalados, que conseguem mesmo atrair para o seu lado os dirigentes de algumas das suas próprias vítimas (como foi o vergonhoso caso do governo português). Mas nem por isso, a iniciativa solitária mas determinada de apenas uma nação e um povo, deixou de fazer tremer esta Europa. E nem por isso deixaram de quebrar-se os tabus da impossibilidade de qualquer dos países do Eurogrupo poder vir a renegociar as suas dívidas impagáveis ou sair da moeda única, encarando esta última inclusivamente com sentido libertador.
A 16 de Março de 1974 uma tentativa de levantamento militar foi derrotada pelo regime fascista, mas tal derrota não fez mais que acelerar o processo conducente a outro levantamento militar, desta vez vitorioso, que ocorreu um mês depois em 25 de Abril. O quinto ensinamento é assim a história que nos traz, e diz-nos simplesmente que adiante de batalhas perdidas, especialmente quando as causas são justas e o povo nelas se envolve, poderá estar a vitória na guerra.
O segundo ensinamento é de que se tornou indisfarçável no seio desta Europa, com caráter deliberativo de facto e para lá das instituições formais como o Eurogrupo, a Comissão, o Conselho ou o Parlamento Europeu, o domínio de um ou dois países economicamente mais fortes (em particular da Alemanha e França), constituídos em diretório de comando, conjuntamente com o BCE e o FMI.
O terceiro ensinamento consiste na evidência da ligação profunda deste diretório aos interesses da oligarquia financeira transnacional, fazendo uso preferencial da submissão à moeda única e do chicote chantagista da dívida pública para, em particular sobre os países (e estados) económica e financeiramente mais débeis da União, agravar a exploração no mundo do trabalho, promover a apropriação progressiva pelo setor privado transnacional de todo o património público, económico e produtivo estratégico dos países endividados, e aumentar a concentração monopolista e capitalista, provocando o agravamento das desigualdades a todos os níveis.
O quarto ensinamento é o de que qualquer tentativa de romper com este status quo de domínio e sufoco do interesse dos povos e nações da UE, como aquela que sucedeu na Grécia, representa uma batalha desigual e extremamente difícil por se desenrolar perante uma correlação de forças muito favorável aos dominadores e aos interesses instalados, que conseguem mesmo atrair para o seu lado os dirigentes de algumas das suas próprias vítimas (como foi o vergonhoso caso do governo português). Mas nem por isso, a iniciativa solitária mas determinada de apenas uma nação e um povo, deixou de fazer tremer esta Europa. E nem por isso deixaram de quebrar-se os tabus da impossibilidade de qualquer dos países do Eurogrupo poder vir a renegociar as suas dívidas impagáveis ou sair da moeda única, encarando esta última inclusivamente com sentido libertador.
A 16 de Março de 1974 uma tentativa de levantamento militar foi derrotada pelo regime fascista, mas tal derrota não fez mais que acelerar o processo conducente a outro levantamento militar, desta vez vitorioso, que ocorreu um mês depois em 25 de Abril. O quinto ensinamento é assim a história que nos traz, e diz-nos simplesmente que adiante de batalhas perdidas, especialmente quando as causas são justas e o povo nelas se envolve, poderá estar a vitória na guerra.
A renegociação da dívida pública portuguesa e o debate sério com vista à libertação das grilhetas impostas pela moeda única nem são tabu nem estão fora de calendário. Disso depende em grande parte um futuro com perspectivas e condições de vida dignas, com democracia, liberdade e justiça social...
Artigo de opinião de Mário Abrantes, publicado em 16 de julho de 2015