Artigo de opinião de Paulo Santos:
O petróleo é um pilar desta nefasta globalização e um produto estratégico para a expansão capitalista. Com inúmeros derivados resultantes da transformação petroquímica, dando origem a combustíveis, plásticos, detergentes, medicamentos, entre outros; a “civilização petrolífera”, nuclear para a hegemonia ocidental, condena também o mundo num trágico lastro de guerra e destruição. Assim, quando Saddam pretendeu negociar o “seu” barril nos termos que bem entendesse, logo se uniram “os aliados” para o derrubar; quando Kadhafi e Assad manifestaram vontade idêntica, logo foram atacados por todo o poderio militar e mediático das potências dominantes.
França e EUA estiveram sempre do lado errado. Movidos pelos interesses monopolistas, e sobretudo apostados em inviabilizar qualquer pretensão soberana desses países na gestão dos seus recursos, cometeram a irresponsabilidade de armar todos os que se propusessem atacá-los, incluindo os “Exércitos Livres” daqui e dali, na realidade movimentos extremistas que haveriam de constituir o “estado islâmico”.
Sejamos claros, os “terroristas” de Paris são também os “rebeldes” que, apoiados pela NATO e sustentados no fanatismo religioso emergente da miséria e da ignorância, alimentam o conflito sírio e ameaçam Assad. São os que financiam o “recital” de terror através da venda de petróleo aos países ocidentais, que alegremente “desfilam” por todo o sistema financeiro, e que até gozam da “prestável” colaboração da maioria do parlamento europeu quando este rejeita qualquer proposta de embargo ao comércio de armamento. Mesmo com toda esta “bandeira”, ainda assim os “estadistas” da NATO vomitam hipocrisias sobre a vontade de combater a violência por eles próprios semeada. Mesmo diante do sofrimento dos seus povos. Uma vergonha.