Que o Faial tem tido, ao longo dos 33 anos de Autonomia, algumas dificuldades criadas pelos governos regionais, é bem verdade. O PSD iniciou, em relação ao Faial, um certo tipo de descriminação no investimento público, que sempre visou diminuir o valor e o peso da Horta como pólo político, económico e administrativo. O PS, no governo desde finais de 96, seguiu a mesma linha, o que teve como consequência a criação de alguns atrasos, injustos para os faialenses e prejudiciais para a Região.
O certo porém é que esses atrasos não fizeram nem a Horta parar, nem os faialenses desistirem de lutar.
O PSD (de Berta) já teve no Faial mais de 60% dos votos; agora pouco ultrapassa os 30%. O PS (de César) teve a maioria absoluta na Câmara durante vários mandatos; desde 2005 tem maioria relativa. A CDU quebrou o bipartidarismo na Câmara em 1997 e derrotou a maioria absoluta em 2005.
É tempo de perceber que os faialenses, perante a incompreensão do PSD e do PS regionais, resolveram repartir os votos de outra maneira, transformando a CDU numa força capaz de introduzir novos equilíbrios na vida local. A Horta não parou, mas transformou-se politicamente e, assim, conseguiu enveredar pelo caminho da recuperação dos atrasos infra-estruturais que lhe foram impostos de fora, realidade que se está a concretizar agora. Berta, ela sim, parou, porque só aceita o bipartidarismo.
José Decq Mota, no Jornal "Diário Insular" no dia 24 de Março de 2009