Se é certo que este tipo de fenómenos naturais se desenvolvem de forma independente da vontade ou da intervenção dos homens, também é certo que se podem evitar consequências gravosas para a vida e integridade das pessoas, quando se tomam medidas cautelares adequadas. No caso presente parecem-me adequadas as medidas tomadas até ao momento pela Protecção Civil a nível local e a nível regional, bem como me parece adequada a atenção dada à situação pelo Governo Regional, com destaque para o respectivo Presidente. Espero sinceramente que esta crise iniciada em 10 de Maio e ampliada fortemente em 20 de Setembro, não evolua num sentido destrutivo acentuado, como aconteceu na última centena de anos em várias ilhas dos Açores. Manifesto, do fundo do coração, a minha solidariedade pessoal com todos os que estão a viver momentos de acentuada angústia. Gostaria ainda de deixar escrito e dito que nestes momentos é absolutamente indispensável que todos os que intervêm na vida pública tenham a clara consciência de que é essencial contribuir para a criação de um ambiente de máxima serenidade, compatível com a boa execução das medidas de emergência que a evolução da situação pode exigir. A política de informação clara seguida pelo SIVISA também me merece uma palavra de apoio, pois não seria pensável hoje que os cidadãos não estivessem a par da evolução de um fenómeno destes.
José Decq Mota em "Crónicas d’Aquém" No Açoriano Oriental em 22/09/05