
Com esta atitude, os partidos da troika evitam ter de discutir um assunto que lhes é politicamente incómodo. O PSD e o CDS-PP Açores evitam assim que seja revelada a sua cumplicidade ativa com as medidas do Governo de Passos Coelho. O PS Açores, por seu lado, evita clarificar a sua posição e hipocritamente responsabiliza o Governo da República, enquanto embolsa tranquilamente a receita roubada aos trabalhadores da administração regional. Não poderão agora estes partidos vir lamentar-se das dificuldades que vivem os açorianos, nem tentar responsabilizar outros por uma medida que recusaram, eles próprios, alterar.
Oiça a intervenção do Deputado Aníbal Pires em mp3
Como ficou provado pelos argumentos apresentados no recurso pelo PCP Açores, esta proposta não só era possível juridicamente, como era necessário no plano político e económico, pois o melhor estímulo que se pode dar à economia regional é justamente o de devolver poder de compra aos açorianos e protege-los dos piores efeitos desta crise. O PCP Açores defende que é justamente este o sentido profundo e o objetivo dos mecanismos da Autonomia, que PS, PSD e CDS-PP Açores recusaram, subservientemente, utilizar.
Os trabalhadores da Administração Regional não deixarão de contestar a atitude dos partidos da troika e de reconhecer que foi o PCP que esteve e continuará a estar ao seu lado na luta pelos seus direitos. Será o justo descontentamento e o protesto destes trabalhadores que ditará a mudança de política de que Portugal e os Açores precisam.