Decorreu hoje em Ponta Delgada a apresentação pública de Aníbal Pires como primeiro candidato da CDU ao círculo eleitoral da ilha de S. Miguel e Círculo de Compensação. Na sua intervenção, Aníbal Pires, assinalou que, mesmo com um só Deputado, a CDU fez a diferença no Parlamento Regional e considerou que muito mais se poderia ter feito, não fosse a cegueira do poder instalado.
Aníbal Pires afirmou que a maioria absoluta do PS se tornou hoje o principal entrave ao desenvolvimento e progresso social da nossa Região e que na situação atual, com uma direita enfraquecida, enredada nos seus labirintos e guerrilhas internas, ainda a braços com a herança da governação desastrosa de Passos Coelho e Paulo Portas, sem capacidade para se afirmar como alternativa minimamente credível, é necessário dizer aos açorianos que este é o momento de mudar, de reforçar a CDU e acabar com a maioria absoluta do PS e que essa é a grande mudança que estou certo as eleições do próximo dia 16 de Outubro hão de trazer e esse é o grande objetivo da CDU.
Declaração de Aníbal Pires
Primeiro Candidato da CDU Açores
ao círculo eleitoral da ilha de S. Miguel e Círculo de Compensação
Açorianas e açorianos
Caros Camaradas e Amigos,
Nesta minha primeira declaração como candidato da CDU ao círculo eleitoral de S. Miguel e ao Círculo de Compensação, quero começar por agradecer, com humildade, aos organismos de direção, bem como a todos os militantes, simpatizantes e ativistas do PCP e da CDU Açores que, mais uma vez, depositam em mim a sua confiança para o desempenho de esta batalha política e eleitoral.
É, para mim, um enorme orgulho e uma imensa alegria dar voz, mais uma vez, a este grande projeto coletivo que é a CDU Açores. O orgulho de acompanhar mulheres e homens de coragem, mulheres e homens que com frontalidade e uma enorme determinação lutam de peito aberto, sem medos e sem esperarem recompensas pessoais, para fazer da nossa ilha e da nossa Região lugares onde a dignidade humana e a justiça social sejam direitos satisfeitos e que apenas tenham de ser mantidos e cultivados, como diariamente cuidamos do jardim onde florescem cravos vermelhos de lutas passadas, do presente e do futuro.
É caros amigos e camaradas a alegria, mas também a honra o orgulho de dar continuidade à luta de tantas e tantas gerações de açorianos e açorianas que lutaram para fazer dos Açores uma Região mais justa, mais coesa, mais desenvolvida, mais democrática, mais livre. E é um ato de liberdade, um ato de cidadania, um ato de amor ao nosso Povo e à nossa terra, mas também um ato de coragem que a candidatura da CDU representa.
Este é um desafio que aceito ainda com mais vontade, com mais determinação, porque sei, camaradas e amigos, porque sabemos meus caros amigos e amigas que tudo o que conseguimos com apenas um Deputado, mas com o apoio coletivo das organizações de ilha do PCP e da CDU Açores, fez a diferença no Parlamento Regional.
Vontade e determinação porque sei que essa forma de diferente estar e intervir, ancorada nos valores que nos movem e suportada pelo nosso coletivo contribuiu para introduzir alterações concretas na vida de quem vive nestas ilhas abençoadas pela natureza, que urge preservar e desenvolver de forma harmoniosa e sustentável.
Ainda mais vontade e determinação porque temos recebido em todas as ilhas a confiança, o incentivo e o apoio de tantos e tantos açorianos e açorianas que contam com a CDU para levar mais longe a sua vontade, para dar voz aos seus anseios.
Ainda mais vontade e determinação porque sei que podemos ir mais longe, podemos contribuir para a mudança, Mudança desejada no íntimo de milhares e milhares de açorianos e açorianas condicionados por um asfixiante poder absoluto e, pelo medo. Sim, pelo medo de poder deste e de outros poderes de má memória.
A mudança é possível, o medo afasta-se exercendo e afirmando direitos, o medo dissipa-se com a participação livre e democrática, o medo combate-se derrotando as causas que lhe estão na origem. A mudança que queremos em Outubro é possível, assim queiram as açorianas e açorianos que, libertos de amarras votem livres de dependências e, sejam capazes de passar do reconhecimento da importância da nossa presença e intervenção para o apoio eleitoral, certos que os deputados eleitos pela CDU só estão comprometidos com a defesa dos trabalhadores e do Povo dos Açores. Premissa que outras candidaturas não têm.
Podem, assim, caros amigos e amigas, contar com o melhor dos meus esforços e capacidades para lutar com uma determinação redobrada por esse sonho de uns Açores mais livres, mais desenvolvidos e mais justos.
Camaradas e Amigos:
Fizemos no Parlamento Regional, ao longo desta última legislatura, a diferença, Diferença de que nos orgulhamos e da qual mais nenhuma Representação ou Grupo Parlamentar fez.
Com a força da razão e com a força da luta dos açorianos conseguimos ver aprovadas mais de 20 propostas legislativas, sem contar com dezenas e dezenas de outras propostas de alteração, em todas as áreas e com impacto em todas as ilhas.
A diminuição das contribuições obrigatórias dos pequenos agricultores e o apoio à agricultura familiar, que vai entrar brevemente em vigor, a majoração dos apoios sociais na ilha Terceira, a recuperação da produção tradicional de vinho em currais de pedra, em zonas de paisagem protegida, o reforço de meios da Inspeção Regional do Trabalho, a aprovação de propostas de salvaguarda do nosso meio ambiente, aprovação de propostas relacionadas com os direitos dos animais e do seu bem estar, as melhorias no porto da Ribeira Quente, a recuperação da zona envolvente ao aeroporto e do cinema do aeroporto de Santa Maria, são apenas alguns exemplos de propostas que, com a força da vontade dos açorianos, foi possível aprovar.
Não são fantasias, nem declarações de intenções, nem apenas palavras bonitas e de circunstância. São medidas concretas, proposta pelo PCP, e cuja aprovação tem efeitos positivos na vida das pessoas e no desenvolvimento da nossa Região.
E muito mais longe poderíamos ter ido, camaradas e amigos, não fosse a teimosia do poder instalado, que com a arrogância cega da maioria absoluta recusou tantas e tantas outras das nossas propostas.
Sem querer fazer uma enumeração longa, vale a pena recordar os aumentos do complemento regional ao salário mínimo, aumento do complemento regional de reformas e pensões, do complemento regional ao abono de família, da remuneração complementar, a redução da taxa mais elevado do IVA, a redução dos preços da fatura da energia elétrica, o fim das taxas moderadoras na saúde, os manuais escolares gratuitos, medidas de grande alcance social que propusemos várias vezes nesta última legislatura, que iriam, não só ajudar a minorar a crise que afetou a generalidade das açorianas e açorianos na nossa Região, como melhorar a vida dos açorianos, mas que a ditadura da maioria absoluta do PS chumbou, não bastas vezes com o apoio do PSD e do CDS/PP.
Mas recordemos também as nossas propostas para viabilizar a SINAGA, através da construção de uma nova fábrica e da diversificação da sua produção, a aquisição de pescado local para as cantinas escolares, a criação de uma ligação marítima regular entre São Miguel e Santa Maria, a criação do Conselho Regional de Cultura, entre tantas, tantas outras propostas, que esbarraram na força sem razões da maioria absoluta do PS, cujo exemplo mais recente e que de alguma forma ilustra este paradigma da governação açoriana, a reprovação no plenário do passado mês de Junho, da reposição da anualidade dos concursos dos educadores e professores.
Mesmo com apenas um Deputado, a participação da CDU no Parlamento Regional foi decisiva para travar alguns dos piores aspetos das políticas do Governo Regional e para apontar outro caminho de progresso para os Açores.
A única oposição consequente e com consequência, no parlamento regional, foi a CDU.
Camaradas e Amigos,
Isto demonstra-nos claramente, camaradas e amigas, que esta maioria absoluta se tornou hoje o principal entrave ao desenvolvimento e progresso social da nossa Região.
E basta-nos olhar para Lisboa, para a Assembleia da República, para vermos como como o reforço da CDU e a não existência de maiorias absolutas permitem uma governação diferente, mais plural, onde é possível recuperar direitos e rendimentos que foram roubados ao longo dos últimos anos. Na Assembleia da República, o reforço da CDU foi o fator decisivo para estancar a política de austeridade que empobreceu os cidadãos e o país, foi o PCP que abriu caminho ao fim da política das inevitabilidades. Foi o quadro parlamentar que resultou das eleições nacionais que possibilitou que as propostas do PCP e a luta dos trabalhadores e do povo tivessem expressão, e lembro a reposição dos feriados, a reposição de salários e direitos, o alívio da carga fiscal e, mais recentemente a reposição do horário das 35 horas para todos os trabalhadores da administração pública, horário que pela luta dos trabalhadores e pela intervenção política do PCP acabará por ser estendido aos trabalhadores do setor privado, pois essa é não só uma questão de justiça mas também uma medida que pode contribuir para a criação de emprego.
Mas podemos também recordar a nossa própria história e a legislatura 1996/2000 em que o PS, sem maioria absoluta, foi forçado a fazer entendimentos e a procurar consensos no Parlamento Regional, o que permitiu criar medidas tão importantes e positivas como o complemento regional ao salário mínimo nacional, o complemento de pensão ou o IRS reduzido na nossa Região.
Sem maioria absoluta, a cantiga e a política são outras.
Na situação atual, com uma direita enfraquecida, enredada nos seus labirintos e guerrilhas internas, ainda a braços com a herança da governação desastrosa de Passos Coelho e Paulo Portas, sem capacidade para se afirmar como alternativa minimamente credível, é necessário dizer aos açorianos que este é o momento de mudar, de reforçar a CDU e acabar com a maioria absoluta do PS e que essa é a grande mudança que estou certo as eleições do próximo dia 16 de Outubro hão de trazer e esse é o grande objetivo da CDU.
É possível, é urgente, digo mesmo, É imperativo acabar com as maiorias absolutas, abrindo caminho às mudanças de que os Açores tanto necessitam.
A eleição de um Grupo Parlamentar da CDU é o fator decisivo e essencial para essa tão desejada e necessária mudança.
Reforçar a CDU é a melhor garantia de que se acaba com a maioria absoluta e se abre caminho a uma política de esquerda para o nosso Arquipélago.
O reforço da CDU é a condição indispensável para construir uma alternativa política de futuro para os Açores.
Camaradas e Amigos:
Os açorianos conhecem-nos. Sabem quem somos.
Candidatamo-nos por causas, movemo-nos por valores humanistas de progresso e justiça social, com coragem, de cabeça levantada, somos movidos pelo sonho de um mundo melhor.
Somos e vamos continuar a ser a voz dos trabalhadores, dos explorados, dos desempregados, dos mais desprotegidos e que mais sofrem com as políticas que têm vindo a ser seguidas.
Somos nós, CDU, que defendemos os direitos, a justa valorização do trabalho, que combatemos a precariedade e as novas formas de exploração.
Somos o partido da Juventude, que luta pelo direito a viver e a trabalhar na ilha onde se nasceu, o partido que que combate os abusos de programas e estágios que servem apenas para disfarçar a exploração e a precariedade.
Somos nós que defendemos o nosso sector produtivo, com a mesma coerência em toda a parte. Não dizemos uma coisa em Bruxelas, outra em Lisboa e outra nos Açores. Falamos a verdade aos agricultores e aos pescadores, defendemos com determinação os seus rendimentos, os seus direitos, o seu futuro.
Somos nós, CDU, que defendemos firmemente os serviços públicos, a proteção social uma sociedade com menos desigualdades, mais justa e solidária, que apoie quem mais precisa, em vez de favorecer quem mais tem.
Somos e vamos continuar a ser o partido da Coesão, dando voz a todas as ilhas, ao contrário de outros, que por cálculo político ou eleitoralismo, se preocupam apenas com as ilhas de maior dimensão, promovendo assim o centralismo que empobrece cada vez mais a nossa Região.
Somos e vamos continuar o partido do desenvolvimento sustentável, da defesa do ambiente, da proteção da natureza e do património que pertence a todos os açorianos e que nos cumpre preservar.
Somos e vamos continuar a ser o partido da Autonomia, que para nós é sinónimo de democracia ativa, para garantir a todas as ilhas o direito a produzir e a desenvolver-se e a todos os açorianos o direito a viver com dignidade e a ser feliz na ilha onde nasceu ou que escolheu para viver e trabalhar.
Camaradas e Amigos:
É tempo de renovar este compromisso com os açorianos. É tempo de formarmos listas de candidatos, em todas as ilhas, que deem voz aos trabalhadores e ao Povo de todas as ilhas, de construirmos novos programas, com novas ideias, que apontem o rumo para uma vida melhor.
O futuro dos Açores será melhor, sem maiorias absolutas, com a eleição de mais deputados das candidaturas da CDU e arredando a direita e as políticas de direita das decisões sobre o futuro da nossa Região
Viva a CDU!
Vivam a Região Autónoma dos Açores!
Ponta Delgada, 3 de Julho de 2016
Aníbal C. Pires