Camaradas e amigos
Antes de mais, quero saudar todos os camaradas delegados e convidados
presentes, afirmar a minha satisfação de aqui estar convosco, pela
primeira vez, nesta bela terra, de gentes corajosas e laboriosas que
com a sua cultura própria marcam a vida na sociedade Açoreana.
Cabe-me, nesta intervenção, dar um contributo no aprofundamento e desenvolvimento das propostas e objectivos organizativos, para uma organização mais sólida, inscritos no documento base a este nosso 8º Congresso, ao qual desejo o maior sucesso dos seus trabalhos e resultados futuros.
O Congresso da Organização Regional é o organismo superior do Partido. È o momento de reflectir sobre o trabalho realizado com atenção e espírito critico, é o momento para corrigir erros redefinir objectivos e prioridades e reforçar o trabalho de direcção.
Mas é também o momento de apontar linhas para o futuro, com objectivos concretos e mobilizadores, bem como proceder à eleição do organismo que vai dirigir a organização até ao próximo Congresso.
È a realização plena da nossa democracia interna, que deve ser aprofundada a todos os níveis, em todas as organizações.
Camaradas
È conhecido, em todo o País, apesar das dificuldades, deficiências e das duras condições políticas e sociais que enfrentamos na Região, o papel insubstituível do PCP na vida política e social açoreana, em defesa dos interesses dos trabalhadores, dos agricultores e pescadores e de outras camadas desfavorecidas da população, em defesa da economia regional e prioritariamente a produtiva, pelo aprofundamento da democracia participativa e institucional.
O PCP, nos Açores é um Partido de luta e de proposta, com o seu próprio Projecto Político inserido no projecto global do Partido, radicado no profundo conhecimento da realidade açoreana.
È necessário assegurar e aprofundar esta nossa intervenção e tal como é afirmado no nosso documento base ela depende também e fundamentalmente da qualidade do nosso trabalho organizativo e da nossa capacidade em alargar e estruturar o Partido por toda a Região. Depende de uma mais estreita e geral ligação dos organismos aos militantes e à própria sociedade açoreana.
Camaradas
As dificuldades e problemas que persistem, não só na organização do Partido nos Açores, são determinadas por causas objectivas em primeiro lugar, mas existem outras, da responsabilidade do nosso trabalho de direcção e organização e ao grau de importância que damos às questões orgânicas.
Dentre as deficiências da nossa organização destaca-se a existência de um número elevado de membros do Partido sem contacto, ou que não pagam regularmente a sua quota, sendo que este é um princípio estatutário e um elo mínimo de ligação ao Partido.
Na conferência Nacional do Partido sobre Organização e reafirmada no XVII Congresso foi lançada a Campanha Organizativa nacional com o lema “Sim é possível! Um PCP mais forte”.
Um dos objectivos é a “Campanha de Contactos” com todos os inscritos no Partido, que visa conhecer a situação de cada um, as suas disponibilidades para o trabalho partidário e em paralelo actualizar os dados do ficheiro.
Dos dados apurados, nos Açores, apenas resolvemos cerca de 25% dos casos.
Esta é uma tarefa central, de difícil execução, que deve ser concluída, é uma tarefa política de grande alcance, que pela pela sua dimensão e objectivos, poderá certamente contribuir para o reforço do Partido em todos os campos.
A última reunião do Comité Central, de 18 e 19 de Março apontou a necessidade de findar este processo e decidiu a realização de duas acções especiais de contacto a nível nacional, nas quinzenas de 4 a 17 de Abril e de 2 a 15 de Maio, a par da necessidade de cada organização fazer a sua própria programação.
Impõe-se assim que, face a esta situação, tomemos medidas especiais para organizar esta tarefa, que exige a participação de todos. È necessário programar jornadas e equipas de contacto distribuindo os casos a contactar, não apenas dando especial atenção ao preenchimento da ficha de actualização de dados mas também cobrando e actualizando o valor da quotização, clarificando a forma de contacto e a organização a que cada um está ligado, e se for o caso as tarefas que possa realizar.
O alcance e a importância política desta tarefa exige que a coloquemos no centro das prioridades do trabalho de direcção.
O avanço desta tarefa a nível nacional não está desligado do êxito do nosso XVII Congresso e dos importantes e positivos resultados eleitorais nas eleições legislativas e poderá ser um forte factor de mobilização para as eleições autárquicas.
O reforço da estruturação, em particular da estrutura de base do Partido, realizando o levantamento nacional, até ao final de Abril, das estruturas de base existentes e outras a criar a curto prazo (por local de trabalho ou de residência) é essencial para concretizar o Reforço Geral do Partido e consolidar os avanços organizativos alcançados.
Uma política de responsabilização de mais quadros e de novos quadros, a integração dos membros do Partido em organismos, a elevação do número daqueles que têm tarefas regulares, a generalização de formas de contacto e informação, a realização de plenários regulares, a promoção de Assembleias, uma maior iniciativa e vida própria das organizações, tendo em conta a realidade local são fundamentais para o reforço do Partido.
Camaradas,
O rejuvenescimento e renovação da organização é determinante para assegurar o futuro do Partido, deve ser uma preocupação de todos e merecer a atenção constante dos organismos.
Ajudar a que muitos simpatizantes e amigos, pessoas sérias, interessadas e participativas na luta política e social e movimentos sociais, a aderir ao Partido deve ser uma constante do dia a dia de cada um e dos organismos.
O Recrutamento de novos militantes deve ser planeado e orientado, definindo-se metas e objectivos em cada organismo, o recrutamento é essencial para o reforço, dinamização das organizações. A integração dos novos militantes é essencial para o êxito do rejuvenescimento e refrescamento dos organismos.
Por fim, quanto ao recrutamento, faço um apelo a todos, não se esqueçam de andar sempre com uma ficha de inscrição do Partido no bolso e verão que nunca se perderá uma oportunidade.
O reforço do trabalho ideológico e a dinamização e difusão da imprensa partidária, do Avante e do Militante, a intensificação da acção de informação e propaganda, e a diversificação criativa dos meios, aproveitando cada vez mais os meios electrónicos e da sociedade de informação, é também condição de acrescida importância na intervenção política dos militantes e do seu papel essencial de levar a mensagem do Partido aos trabalhadores e às populações.
O novo quadro político, nos Açores, trouxe-nos maiores dificuldades, no plano dos meios necessários à nossa intervenção política. Sem os necessários meios financeiros e técnicos, e um quadro mínimo de funcionários do Partido, não conseguiríamos dar resposta às importantes responsabilidades do Partido. O lançamento da Campanha pelo Reforço Económico e Financeiro do Partido na Região é crucial para manter e reforçar a nossa intervenção política e dar resposta às importantes tarefas decorrentes do 8º Congresso.
Aumentar as receitas, em especial com as quotizações e as contribuições regulares de militantes e amigos, e uma melhor e mais rigorosa gestão dos gastos, procurando, como objectivo de alcançar uma maior sustentabilidade financeira da organização Regional, são objectivos a implementar desde já.
Pode-se afirmar que os objectivos inscritos são bastante audaciosos. È um grande desafio ao empenhamento dos quadros e de todo o núcleo activo do Partido.
Nas maiores dificuldades, também se aguça o engenho, a criatividade, a mobilização de novas forças e ânimo para a sua superação.
Camaradas
A organização para um Partido Revolucionário como o nosso é a forma principal e primeira na sua ligação às massas, de as consciencializar e mobilizar para a luta.
A organização é o instrumento fundamental para que o Partido materialize o seu projecto político e ideológico o seu papel transformador da sociedade.
Por um Parido mais forte e influente nos Açores
Viva o 8º Congresso do PCP/Açores
Viva o Partido Comunista Português