Tendo em conta as recentes noticias vindas a público nos órgãos de comunicação nacional e regional a propósito de um principio de acordo tendo em vista o treino dos aviões de guerra F-22 e F-35, das forças armadas norte-americanas, na Base das Lajes, na ilha Terceira, o PCP Açores considera que estas noticias, a serem verdadeiras, reafirmam a sua posição contra esta possibilidade, de um maior envolvimento do País no reforço armamentista dos Estados Unidos na sua estratégia agressiva global.
Esta situação, pela efectiva possibilidade que configura, exige que o Governo da República e o Governo Regional, de uma vez por todas, reclamem ao Governo norte-americano a resolução dos actuais problemas laborais da Base das Lajes, nomeadamente a manutenção e até aumento de postos de trabalho, bem como dos direitos e regalias que lhes têm vindo continuadamente a ser retirados, aplicando a lei do nosso País.
Consideramos que deverão ser exigidas ao Governo dos Estados Unidos as devidas contrapartidas para a ilha, para a Região e para o País, do ponto de vista económico e social.
Para o PCP Açores esta é uma oportunidade que não poder ser desperdiçada. de finalmente ser ratificado o Tratado existente, por parte do Senado norte-americano, de forma a que o mesmo passe a ser respeitado por ambas as partes.
O PCP Açores não pode deixar de se preocupar com o facto do espaço aéreo que possivelmente vai ser posto a disposição das forças armadas norte americanas corresponder a quase quatro vezes o de Portugal continental.
Não podem os Governos da República e Regional deixarem de ter em conta as implicações que esta decisão pode ter no normal funcionamento da Aerogare Civil da Lajes e os prejuízos para os passageiros e para a economia da região e terceirense, quando as carreiras do tráfego aéreo civil forem condicionadas ou mesmo interrompidas, e por isso deverão assumir integralmente as suas responsabilidades.
O PCP Açores entende que devem ser dadas todas as informações as populações afectadas por esta medida, nomeadamente nas questões que dizem respeito aos potenciais problemas ambientais, nomeadamente de poluição sonora e atmosférica, bem como para a segurança das populações.
O PCP Açores condena veementemente que, uma vez mais, a forma como os governos da república e regionais do PS, com a complacência do PSD e do CDS-PP, continuem a decidir sobre matérias de soberania, de segurança e de grandes impactos ambientais, que afectam directamente as populações sem que primeiramente sejam prestados publicamente os devidos esclarecimentos.
O PCP/Açores
7 Junho 2009