A CDU Açores realizou no passado dia 31 de Julho uma conferência de imprensa, sobre as questões relacionadas com o processo de afastamento de colaboradores responsáveis do PCP e da CDU no jornal Açoriano Oriental. Numa postura claramente anti-democrática, a Açormédia preferiu antes contrariar a liberdade de expressão, numa triste represália contra a queixa legitima e com fundamento, feita pela CDU Açores à CNE.
Esta Conferência de Imprensa contou com a participação de Anibal Pires, Coordenador do PCP e da CDU-Açores e de Carlos Ribeiro do Conselho Regional do PCP e da Coordenadora da CDU Açores.
Conferência de imprensa
A CDU Açores repudia com veemência o afastamento do seu coordenador, Aníbal Pires, da colaboração que, a título pessoal e gracioso, prestava ao jornal Açoriano Oriental.
Este afastamento foi motivado pela queixa apresentada pela CDU Açores à Comissão Nacional de Eleições, sobre a inclusão no Açoriano Oriental de um encarte de apelo ao voto no Partido Socialista, no último dia da campanha eleitoral para as europeias, que foi uma clara violação da lei eleitoral, tal como foi reconhecido pela própria Comissão Nacional de Eleições.
Este acto constitui assim, uma intolerável posição anti-democrática e uma gritante falta de isenção da Administração da “Açormédia” que conta, nesta manobra, com mutismo cúmplice do Director do Açoriano Oriental, procurando, indirectamente, prejudicar a CDU Açores vedando o acesso ao espaço de opinião publicada do cidadão Aníbal Pires.
É um golpe baixo e ignóbil, desde logo, ao cidadão que colaborou vários anos com o Açoriano Oriental e se vê agora afastado por um obscuro processo de retaliação à CDU Açores e, depois por representar uma atitude revanchista porque a CDU Açores apelou ao cumprimento da legalidade democrática ao exercer um direito que lhe é conferido por Lei.
Esta actuação por parte do Açoriano Oriental não é, aliás, nova, seguindo-se a silenciamentos já ocorridos nas últimas campanhas eleitorais, em que este órgão de comunicação social, procurou obliterar ou deturpar a campanha da CDU Açores e dos seus candidatos.
Como exemplo do que acabamos de afirmar e sem recorrer ao passado distante ficam dois factos que sem grande esforço poderão ser facilmente verificados:
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Nos dias 4 e 5 de Junho de 2009 (os dois últimos dias de campanha eleitoral para o PE) o jornal Açoriano Oriental não noticiou as actividades de campanha do candidato da CDU, tendo, no entanto, coberto todas os outros candidatos;
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Mais recentemente, no passado dia 25 de Julho, o Açoriano Oriental ignorou a sessão de apresentação dos candidatos da CDU Açores à Câmara e Assembleia Municipal da Ribeira Grande.
A atitude dos responsáveis pelo Açoriano Oriental parece querer indicar que esperavam que a colaboração de Aníbal Pires nas páginas do jornal servisse para comprar o silêncio da CDU Açores. Está, porém, redondamente enganado quem assim pensa, pois os valores do pluralismo e de defesa da legalidade democrática com que a CDU intervém na vida pública não são de todo negociáveis.
A CDU Açores reafirma o seu firme protesto para com esta atitude da parte de um órgão de comunicação que, por força do seu próprio estatuto editorial, se encontra obrigado a um dever de isenção e igual tratamento das diversas organizações e anuncia a sua intenção de dar conhecimento destes factos à Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC).
A CDU Açores, como sempre fez, irá continuar a pugnar pela liberdade de expressão e pelo pluralismo, não se deixando intimidar nem desmotivar perante os esforços dos que procuram silenciar a expressão de opiniões e posições políticas sejam elas expressas individual ou colectivamente.
O Secretariado da CDU Açores
Ponta Delgada, 30 de Julho de 2009