NOTA DE IMPRENSA
O PCP/Terceira tem acompanhado com grande preocupação a situação de crise social que se vive na ilha Terceira e que se traduz na redução dos rendimentos dos trabalhadores e das famílias, no aumento do desemprego, da precariedade e do desrespeito pelos direitos laborais, agravados pelo surgimento do surto epidémico.
A atual crise de saúde pública originada pelo COVID-19, muito para além dos problemas sanitários que coloca, tanto no plano regional como no nacional, põe a nu as insuficiências dos serviços públicos na realização dos direitos fundamentais dos cidadãos. Sem pretender desvalorizar o impacto do surto epidémico na situação económica e social da ilha e da região, este impacto vem somar aos problemas e deficits estruturais provocados por, decisões política de direita liberal, a qual, independentemente desta ou daquela nuance, estruturalmente têm sido protagonizadas pelos Governos PS e do PSD, com ou sem o apoio do CDS, materializada na desvalorização do trabalho, no estrangulamento dos salários, na subsequente descapitalização dos serviços públicos de assistência social, e culminando pois, na afetação maciça de recursos do país e da região aos interesses e necessidades imediatas do patronato em geral e dos grandes grupos económicos em particular
No contexto de uma economia paralisada, e da brutal quebra de rendimento que daí resulta, as escolhas do “centrão” político, atuais e passadas, têm determinado igualmente, uma atitude demissionária face às funções essenciais do Estado, inscritas no texto constitucional.
É sem surpresa que o PCP/Terceira constata a grave situação de inúmeros trabalhadores e suas famílias, afetadas por denúncias contratuais, muitas delas abusivas; que regista o calvário dos trabalhadores independentes, sem vínculo, e sem nenhum apoio. Salientamos igualmente as dificuldades imensas que afetam os pequenos e médios empresários, aos quais ainda não chegou um único cêntimo dos prometidos apoios. Ao invés, mais de metade dos grandes grupos empresariais já deles beneficiaram. Uma vez mais, comprova-se que a política de direita defende negócios; mas não todos.
O PCP tem estado na linha da frente na defesa dos trabalhadores e das famílias que sofrem diariamente com a falta de rendimentos para o cumprimento das suas obrigações e até para a aquisição de alimentos.
Quer no plano nacional quer no plano regional, o PCP tem apresentado medidas legislativas concretas para responder no imediato aos problemas que se tem colocado aos trabalhadores e a toda a população atingida por esta crise.
Agora, como sempre, urge mobilizar forças e vontades para que o COVID não se transforme no cavalo de troia da injustiça e da desigualdade. Defendam-se os direitos, a democracia, o povo e a Constituição.
Angra do Heroísmo, 4 de junho de 2020.
O Secretariado de ilha