A Comissão de Ilha Terceira do PCP reuniu para fazer a análise da situação política e social e para definir as principais linhas de intervenção política na ilha Terceira.
Segundo a análise efetuada, o presente estado de crise económica e social que está a afetar a maioria das pessoas deve-se aos sucessivos aumentos dos bens de consumo, dos combustíveis, da energia elétrica, das taxas de juro e das rendas de casa. Esta situação, associada aos baixos rendimentos da maioria das famílias, ao aumento do desemprego nomeadamente na população jovem, e à crescente precariedade laboral, com o recurso a “recibos verdes” utilizados para a satisfação de trabalho de carácter permanente, permite-nos afirmar que, se não forem tomadas medidas urgentes, a pobreza, e até a pobreza estrema, irão aumentar, com consequências desastrosas para a população e para o desenvolvimento da nossa ilha.
Sem capacidade nem iniciativa, o Governo Regional da coligação de direita, com o apoio da extrema-direita, tem-se manifestado em algumas medidas avulsas, sem qualquer sustentabilidade, ficando cada vez mais claro que as opções políticas tomadas não são para resolver os problemas sentidos pelas populações nem para resolver os problemas do desenvolvimento económico que se colocam a esta ilha e á Região no seu todo.
O Governo Regional de coligação do PSD/CDS-PP/PPM está mais empenhado na resolução dos interesses dos grandes grupos económicos instalados na Região e na satisfação das suas clientelas político partidárias, do que em resolver os problemas das pessoas. Neste sentido, podemos destacar o desinvestimento e retrocesso dos serviços prestados à população, nomeadamente nos setores da saúde, do ensino, dos transportes aéreos e marítimos e da habitação.
Na ilha Terceira, a falta de habitação constitui um dos principais problemas de natureza social que é urgente resolver, pois está a provocar a subida desenfreada do preço das rendas, que já atingem valores totalmente fora do alcance da maioria das famílias. Para travar esta escalada especulativa, o PCP propõe o desenvolvimento de uma estratégia articulada entre governo regional e autarquias, para o aumento da oferta de habitações a custos controlados, sejam elas para aquisição ou arrendamento.
O problema avoluma-se com os aumentos sucessivos das taxas de juro do crédito à habitação, profundamente injustos e injustificados, gerando lucros fabulosos ao setor bancário, enquanto milhares de famílias correm o risco de perderem as suas casas por mais sacrifícios que façam. Mas os governos, tanto o regional como o da República, nada fazem para contrariar os interesses da banca.
Neste sentido, o PCP apresentou na Assembleia da República um conjunto de medidas urgentes e necessárias que visavam pôr fim aos lucros da banca e á especulação e defender as famílias do risco de perderem a sua casa, mas PS, PSD, IL e Chega preferiram juntar-se para defender dos interesses dos bancos em vez de defenderem o direito à habitação.
Os sucessivos cortes de verbas no investimento público, e a não concretização dos valores orçamentados no Plano, atrasam a conclusão de algumas obras estruturantes, como é o caso da remodelação do Porto das Pipas, dos investimentos do porto da Praia da Vitória, para aproveitamento das suas reconhecidas potencialidades, da ampliação do Aerogare Civil das Lajes. Estes têm sido alguns dos principais fatores de estagnação do desenvolvimento económico da ilha Terceira.
Para mais, o desenvolvimento económico da ilha Terceira necessita de um setor produtivo mais forte e, portanto, de um apoio mais firme ao setor da agricultura, e da defesa dos produtores de leite, que não podem continuar a ver o seu produto, dito de excelência, todos os dias desvalorizado pelo monopólio da indústria, pondo em causa a continuidade de muitos produtores no setor.
O PCP de forma recorrente tem vindo a propor soluções para a promoção do desenvolvimento das ilhas e da Região, naquilo que se considera fundamental para a fixação da população, defendendo o direito à sua mobilidade e exigindo uma política de transportes aéreos diferente da atual, que não serve a população nem os comerciantes locais. Defendemos uma correta política de transportes aéreos para a nossa Região, que seja um fator de desenvolvimento e de promoção das nossas ilhas, garantindo as condições de deslocação inter-ilhas e para fora da Região, para a população residente e para quem nos visita.
É neste quadro de cada vez maior dificuldade para os trabalhadores e para a populações que o PCP considera que é fundamental o aumento geral dos salários, das reformas e das pensões, a existência de um plano de combate á precariedade e a implementação de um horário de trabalho de 35 horas semanais.
O PCP vem desenvolvendo várias ações de contato com a população e com os trabalhadores da ilha, nas quais vamos auscultando os seus problemas e reivindicações e vamos divulgando as nossas propostas e medidas pelo direito a vivermos melhor na nossa terra.
O PCP estará sempre do lado dos trabalhadores e das populações na sua luta por uma vida melhor que só será possível com uma mudança política na Região e no País.
A Comissão de Ilha Terceira do PCP