O saneamento básico da ilha do Faial, particularmente na cidade da Horta é, como todos sabemos, uma questão muito antiga, mas nunca resolvida até ao momento. Quando se fala de saneamento básico, fala-se do abastecimento de água potável, desde a drenagem e tratamento das águas residuais e à remoção, tratamento e destino final dos resíduos.
A CDU Faial lembra que, no bairro Mouzinho de Albuquerque, quando em 2014 se iniciaram as obras que previam a instalação das primeiras condutas de recolha de águas residuais da Cidade, foi prometido que este processo seria faseado. Uma promessa que vã, já que mais nenhum avanço houve.
A possibilidade de aquele bairro se ligar a uma futura ligação à rede de tratamento de águas residuais ficou em aberto. Depois, seguiram-se mais algumas intervenções na rede viária, com a instalação de condutas– como na Rua Cônsul Dabney e outras vias municipais em redor da ilha, ficando sempre a faltar a efetivação do processo.
Constatamos que se perdeu a oportunidade de alocar uma grande empreitada de saneamento básico ao Plano de Recuperação e Resiliência. Não é, pois, uma opção do governo regional. Para a CDU Faial, é importante que não se percam mais opções de financiamento para uma obra que é essencial para a população e para o ambiente, quer marinho quer terrestre. Estamos no ano de 2021 e quase toda a água suja de que nos livramos ou é infiltrada no solo ou atirada ao mar, com efeitos para a saúde dos faialenses e para o meio ambiente.
São situações como esta que levam ao fecho da praia do Porto Pim por contaminação com bactérias fecais de uma forma cada vez mais frequente. A inexistência de uma rede de saneamento básico faz com que a Horta e os seus habitantes vivam por cima de fossas sépticas, cuja limpeza é solicitada ao município, mas mediante pagamento de uma tarifa considerável.
Para a CDU Faial, é indispensável avançar com uma ETAR ou diferentes mini ETAR’s na cidade da Horta. É indispensável um plano estratégico do Município nesta área.
Para a CDU Faial, é inconcebível que em pleno século XXI os Faialenses ainda tenham que lutar e pedir que o direito ao saneamento básico seja concretizado. E isso só será conseguido com intervenção pública, com o envolvimento de todos os níveis de poder, mas acima de tudo com vontade política, imprescindível para resolver este embrulho que dura há muito mais tempo do que devia.