No dia 13 de junho percorremos os três concelhos da ilha do Pico, com o objetivo de ouvir e constatar os problemas e dificuldades com que a população é confrontada diariamente quando tem um problema de saúde e se tem de deslocar a um dos 3 centros de saúde que aqui existem, e em particular para o Centro de Saúde das Lajes do Pico.
O acesso pela população do Pico aos cuidados de saúde está cada vez mais difícil, piorando mesmo de mês para mês.
As que eram apresentadas como situações pontuais ou provisórias tornam-se permanentes, e não se vislumbram soluções: a urgência do Centro de Saúde das Lajes do Pico encerrada ao fim de semana porque não tem médico, tem de se esperar muito tempo por uma consulta com o médico de família e ainda mais para exames complementares de diagnóstico, e o reembolso das ajudas de custo dos doentes e dos seus acompanhantes não é recebido a tempo e horas.
Estas situações “pontuais” ou “provisórias” têm sido uma constante.
Temos um centro de saúde sem dignidade para os profissionais exercerem o seu trabalho e atender aos utentes. A isto tudo, junta-se agora o encerramento das urgências ao fim de semana com tudo o que isso pode implicar, tendo já acontecido que uma ambulância tenha tido de se deslocar do concelho da Madalena às Lajes do Pico para transportar um doente, pois a urgência do seu centro de saúde estava fechada.
Já em relação às ajudas de custo, é caricata a resposta dada quando o utente se desloca para receber o seu reembolso: “não há dinheiro, só vamos pagar quando houver dinheiro” com o trastorno que isso provoca na vida das pessoas. Uma grávida que leve um acompanhante, como é seu direito, e que tenha de estar de 15 dias a um mês deslocada, por exemplo, no Hospital da Horta, tem de arcar com enormes custos, tendo também em conta o aumento brutal do custo de vida, para depois receber e a resposta que referimos acima.
É este o resultado da política de direita exercida pelos sucessivos governos regionais, e das suas opções que não resolvem os problemas das pessoas, antes colocam em causa o direito à saúde consagrado na Constituição da República.
É preciso e urgente mudar de política, dar resposta aos anseios e aos direitos das populações e dar as condições necessárias aos profissionais da saúde para exercer a sua função: melhores condições de trabalho – é fundamental a construção de um centro de saúde e obras de manutenção nos outros dois – valorização dos incentivos à fixação de médicos e enfermeiros, o fim da precariedade e a valorização dos salários e das carreiras para todos os trabalhadores nomeadamente os assistentes técnicos e assistentes operacionais.
O PCP vai continuar a denunciar e a propor medidas de reforço do Serviço Regional de Saúde e o direito a viver melhor na nossa terra.
Comissão de ilha do PCP
13/06/2023