A situação criada na Unidade de Saúde da ilha do Corvo com a exoneração do Presidente do Conselho de Administração e médico da Unidade de Saúde, Dr. António Salgado, é elucidativa: para este Governo Regional do PSD, CDS, e PPM, apoiados pela extrema-direita, há coisas mais importantes do que as necessidades das pessoas que vivem nos Açores. As chantagens às quais o Presidente do Governo está sujeito já não vêm só dos seus apoios de incidência parlamentar - Chega e Iniciativa Liberal - mas sim do seio da própria coligação governativa.
Ficou perfeitamente claro que, na lista de prioridades deste Governo, os corvinos, o seu bem-estar e o seu direito à saúde podiam ser sacrificados no interesse das agendas pessoais (e não só do PPM). Mas os corvinos não cederam, e agora haverá dois médicos no Corvo para 380 utentes (um para tratar de papelada e outro para exercer medicina), quando faltam médicos de família em várias ilhas. Quem fica a perder são, mais uma vez, os açorianos todos.
O direito constitucional à saúde não se coaduna com ações persecutórias aos profissionais do Serviço Regional de Saúde, nem com a falta de estratégia e planificação.
O PCP irá continuar a lutar por uma saúde melhor, por um futuro melhor e por uma Região melhor, na qual haja liberdade de opinião, e não o pensamento único e amordaçado que este Governo está a tentar impor. Nós, comunistas, continuaremos do lado certo, ao lado das populações e dos seus interesses.
Por isso o PCP defende um Serviço Regional de Saúde público, sustentável, com qualidade, que dê segurança e contribua para a melhoria dos níveis de saúde, e exige uma profunda reformulação das políticas seguidas até aqui.
O PCP Açores definiu 11 medidas urgentes para dar resposta às necessidades da Região e dos açorianos, das quais hoje destacamos as que dizem respeito à área da Saúde e à defesa do SRS.
1 - Aumento de recursos e meios para o Serviço Regional de Saúde, para garantir o direito à saúde de todos os Açorianos.
2 - A valorização dos trabalhadores, médicos, enfermeiros, auxiliares, assistentes operacionais e assistentes técnicos, pelas suas capacidades e competências, mas também pelo seu profundo conhecimento das populações e dos seus problemas e necessidades de saúde.
Termino com uma saudação aos corvinos pela sua determinação e coragem na defesa dos seus interesses. A Região precisa que se cante mais vezes a Grândola Vila Morena nas diversas ilhas, tanto para defender a liberdade de opinião quanto para relembrar ao Governo que o que interessa aos açorianos não são os favores feitos aos amigos ou aos aliados, mas sim a gestão honesta e eficaz dos recursos públicos, para que todos os habitantes das nove ilhas tenham uma vida melhor.