Os dados do INE sobre o desemprego revelam mais uma vez que, nos Açores, este é um flagelo que alastra, ao contrário das posições assumidas pelo Governo Regional. A atual situação é caraterizada pelo aumento da precariedade, que virá a resultar num novo aumento do desemprego, no agravamento das condições de trabalho e na perda de poder de compra, inevitavelmente com graves consequências na pobreza e na exclusão social.
As novas situações de desemprego são superiores ao emprego criado, que por sua vez se carateriza como precário e de baixos rendimentos. Assim, assiste-se a duas realidades muito negativas para os trabalhadores e para a região: temos mais desempregados, sendo que os trabalhadores que conseguem escapar a essa realidade não têm segurança no emprego e são mal remunerados. Também ao nível da Administração Pública Regional se verifica a redução do número de empregados.
Para o PCP, isto é a demonstração mais dramática de que a política deste governo está esgotada e se limita a uma gestão de números, mas que não responde aos anseios desta região e da sua população. Faz falta uma política de esquerda, onde o investimento conduza ao desenvolvimento económico que a região necessita, que seja promotora da valorização do trabalho e do combate à precariedade.
Nota de imprensa
O flagelo do desemprego na Região continua a ser uma grande preocupação para os açorianos e para o PCP. Os últimos dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), sobre os números de desemprego no País e ao facto dos Açores serem a região com o segundo maior índice de desemprego, não constituem qualquer novidade. O PCP por diversas vezes tem vindo a alertar para esta triste realidade que persiste em se manter e até a piorar, ao contrário das posições assumidas pelo Governo Regional relativas a esta matéria.
A manter-se ou a acentuar-se a actual situação laboral nos Açores, com o acréscimo significativo da precariedade laboral, determinará um novo aumento do desemprego na Região, bem como o agravamento das condições de trabalho e uma perda de poder de compra por parte dos trabalhadores açorianos e, como consequência, mais pobreza e exclusão social.
Os últimos anos foram marcados por situações de desemprego, que o crescimento ligeiro do emprego, grande parte precário e sobretudo nos sectores do turismo e dos serviços, não conseguiu reverter. Este aumento não se reflecte na Administração Pública, onde o emprego diminuiu.
Os dados agora divulgados pelo INE sobre o desemprego revelam e comprovam que os Açores vivem uma situação preocupante. Se aos indicadores oficiais somarmos outros indicadores complementares, que não foram contemplados neste estudo, como o subemprego de trabalhadores a tempo parcial, os inactivos à procura de emprego, mas não disponíveis, e os inactivos disponíveis, mas que não procuram emprego e os programas ocupacionais o número real é muito mais significativo (mais do dobro).
Os jovens até aos 35 anos representam mais de 30% do total dos desempregados. Cresce também o desperdício de competências, com o aumento dos diplomados desempregados. São cada vez mais as famílias com mais de um desempregado no seu seio.
Tendo em conta este quadro desastroso, são cada vez mais os açorianos que não têm outra alternativa senão emigrar, nomeadamente os mais jovens. Apesar de não haver estatísticas de emigração disponíveis, é visível, contudo, que a população total em muitas ilhas diminuiu, o que, em alguns casos, é muito preocupante, porque poderá levar à sua desertificação.
Estes indicadores revelam a falha de uma política de investimento, que conduza ao desenvolvimento económico que a região necessita, que seja promotora da valorização do trabalho e de combate à precariedade.
Como o PCP tem vindo a afirmar a política deste governo encontra-se esgotada, limita-se a uma gestão de números, mas que não responde aos anseios desta região e da sua população
10 de agosto de 2018
A DORAA DO PCP