Pede-me o Tribuna das Ilhas uma opinião sobre a Semana do Mar e sobre a
evolução que para ela se quer.
Em termos muito breves direi que vejo a Semana do Mar da actualidade
como sendo uma grande Festa Popular à qual está associada um Festival
Náutico de grande dimensão.
Uma grande Festa Popular para o ser precisa de ter capacidade de atracção, precisa de ter animação e gente, precisa de ter diversificada oferta recreativa e cultural, precisa de ter qualidade nos serviços que a animam.
Um grande Festival Náutico precisa de ter muitos participantes e modalidades dos desportos náuticos e precisa de ter uma organização atractiva e mobilizadora.
As sucessivas Semanas do Mar têm sido, no essencial, isto que se referiu, mas temos que ter consciência que muito se pode melhorar e que em várias coisas se pode inovar.
Pessoalmente defendo que as inovações a introduzir não podem disseminar a Festa por mais espaços, sob pena, da pulverização “matar” a própria Festa. Sou da opinião que não é ocasião de introduzir espectáculos pagos, pois uma inovação desse tipo, feito em ano de dificuldades económicas seria o mesmo que condicionar a Festa à bolsa de cada qual.
Sou de opinião que há que melhorar bastante os espaços de comidas e de incentivar espaços no sentido dos respectivos serviços serem mais qualificados e diversificados.
Penso que é essencial que exista, à beira mar, uma verdadeira feira comercial, industrial e associativa ligada ao mar, aos barcos, à pesca, às actividades marítimo-turisticas e à divulgação das actividades científicas.
Sei que o Clube Naval da Horta e outras entidades ligadas aos desportos náuticos estão a dar a maior atenção ao Festival Náutico e sei mesmo que ele terá novidades importantes e um elevado grau de internacionalização. Penso entretanto que, a este nível, seria preciso, por via da Rádio Antena 9 e do som de rua da Festa haver uma permanente informação do que se vai passando nas mais de 10 modalidades que são praticadas por mais de 1000 praticantes naqueles 8 dias.
As Regatas de Botes Baleeiros merecem transmissão televisiva, tal como a Regata do Canal.
Penso igualmente que o Cortejo Etnográfico do último dia da Festa seria engrandecidos se, tal como diz um amigo que muito prezo, cada Freguesia “trouxer o melhor que tiver”. As tunas, as bandas, os ranchos tem que vir no cortejo. Isto é, se a par dos interessantes apontamentos etnográficos, tivermos muita música teremos de certeza muita alegria. E a Festa tem que ser Alegria!
José Decq Mota ao Tribuna das Ilhas em 17/03/2006