O rotativismo do poder político nacional tem motivado, desde 1976, uma alternância entre o PS e o PSD. Essa alternância tem impacto nos titulares, no pessoal de apoio, nos beneficiários de certas benesses, na definição de preferências no investimento (conforme a distribuição dos votos), na formação e acção das clientelas, mas não tem impacto significativo nas linhas de política que se aplicam, nem nos objectivos que se querem atingir. Por outras palavras, poderia dizer que sempre que um desses partidos substitui o outro no poder, “mudam as moscas mas a… política… é a mesma”!
Ambos esses partidos esforçam-se muitíssimo em deixar na opinião pública a imagem que são muito diferentes um do outro. Para dar suporte e “substancia” a essa imagem são capazes de tudo, desde a verbalização radical até à intriga, à manobra baixa, à manipulação.
É com este enquadramento que vejo a questão do Orçamento de Estado para 2011 e que analiso a longa novela “editada” pelo PSD, com uma parte do “script” escrito, também, no Palácio de Belém. Penso que o PSD nunca pensou em inviabilizar o Orçamento, pela razão simples de estar de acordo com as políticas que ele preconiza e com os objectivos que ele visa. A política europeia impõe um grande aumento de receita e cortes em certas despesas. O Orçamento proposto concretiza isso e o PSD, apoiante incondicional desta Comissão Europeia de Barroso, também aplaude.
A única coisa que os diferencia mesmo é o poder. O PS está lá, com tudo o que isso significa e o PSD quer, logo que possível, ir para lá, com toda a sua “corte”. Por isso e só por isso são “inimigos”!
As “negociações” em curso entre o Governo e o PSD têm pouco conteúdo, pouco vão mudar e são quase só, para ambos, uma operação táctica.
Horta, 24/10/2010
José Decq Mota
É com este enquadramento que vejo a questão do Orçamento de Estado para 2011 e que analiso a longa novela “editada” pelo PSD, com uma parte do “script” escrito, também, no Palácio de Belém. Penso que o PSD nunca pensou em inviabilizar o Orçamento, pela razão simples de estar de acordo com as políticas que ele preconiza e com os objectivos que ele visa. A política europeia impõe um grande aumento de receita e cortes em certas despesas. O Orçamento proposto concretiza isso e o PSD, apoiante incondicional desta Comissão Europeia de Barroso, também aplaude.
A única coisa que os diferencia mesmo é o poder. O PS está lá, com tudo o que isso significa e o PSD quer, logo que possível, ir para lá, com toda a sua “corte”. Por isso e só por isso são “inimigos”!
As “negociações” em curso entre o Governo e o PSD têm pouco conteúdo, pouco vão mudar e são quase só, para ambos, uma operação táctica.
Horta, 24/10/2010
José Decq Mota