O 1ºMinistro José Sócrates mostrou-se muito orgulhoso pelo facto do novo conceito estratégico da NATO ter sido aprovado em Portugal. O "orgulho" dele é tão forte que até lhe chamou e chamará "conceito estratégico de Lisboa". O 1ºMinistro também está "muito orgulhoso" pelo facto do último tratado da União Europeia se chamar "tratado de Lisboa".
Tanto "orgulho" parece não deixar espaço para o 1ºMinistro se sentir envergonhado por ter levado o País para o "buraco" em que está e essa vergonha ele teria que a sentir!
Se virmos com atenção, o conceito estratégico da NATO, o tratado de Lisboa e a desgraçada política que está sendo feita no nosso País, são coisas muito mais próximas umas das outras do que, a muitos, possa parecer. A política de destruição de conquistas civilizacionais, de globalização de domínios e de incremento da exploração do trabalho que está a ser feita no nosso País, tem tudo a ver com esse tratado pensado, escrito e aprovado por uma elite europeia, ligada ao grande capital financeiro e visceralmente desligada dos povos dos Países da Europa. A estratégia inspiradora desse tratado, que vê o Mundo como um conjunto de "mercados" que servem para gerar lucros e acumulações brutais, à custa do trabalho de pessoas que, para eles, nem pessoas são, é a estratégia que a NATO, agora mais global, se propõe defender.
Postas as coisas assim teremos que concluir que o 1ª Ministro e todos os que defendem a politica que tem sido feita, estarão não só orgulhosos mas mesmo muito contentes, por verem que as suas politicas são acarinhadas por esta velha organização militar e militarista, a NATO, que nasceu num dado contexto histórico e que, obviamente, iria evoluir neste novo contexto em que "os valores" das políticas vigentes são, até ver, vitoriosos.
22/11/2010
José Decq Mota