No quadro da divisão e da estruturação do tempo que o calendário estabelece, já estamos no ano 2011.
Naturalmente passámos para o Ano Novo trazendo connosco todos os sentimentos, problemas, desilusões, esperanças e perspectivas que tínhamos no ano velho. Também vieram connosco as muitas apreensões, preocupações e razões de queixa que se foram aprofundando ao longo desse 2010 que não deixa saudades.
Vivemos um momento histórico muto complicado e somos testemunhas vivas de um processo de valorização de linhas ideológicas defensoras da exacerbação de um tipo de individualismo feroz que procura matar, à partida, a permanente tentativa humana de construir a vida colectiva num quadro de autêntica solidariedade. Essa ideologia desumana, egoísta, sem valores e brutal, actualmente dominante, veste diariamente roupas falsas e usa sempre palavras também falsas, para poder ser atraente, mas tudo o que nos rodeia mostra que é necessário outro caminho.
Vivemos num País que se orgulha legitimamente da sua História, pelo que ela significa globalmente de contributo dado ao progresso, mas não podemos nem devemos ignorar que essa mesma História esta recheada de episódios que ilustram procedimentos muito negativos das elites dirigentes. Estamos hoje num momento desses. Somos governados por "uns rapazes" que são capazes de tudo para que o conceito de "boa vida" para eles, que decidiram adoptar, se vá concretizando!
Esses governantes de hoje decidiram cortar salários, decidiram agravar os problemas sociais, decidiram piorar a distribuição da riqueza criada, decidiram abdicar, mais e mais, de poderes soberanos, porque é nesse caminho injusto que servem os dominadores.
É preciso mudar isto. Que 2011 seja um momento importante na construção desse caminho de mudança.
2/1/2011
José Decq Mota