As eleições presidenciais de Domingo deixam-nos, pelos seus resultados, um retrato preocupante deste País em crise e desta Região desmotivada.
Cavaco Silva ganhou, perdendo meio milhão de votos em relação a 2005. A abstenção nacional cifrou-se pelos 53,4%. A abstenção nos Açores atingiu a esmagadora cifra de 68.9%. O número de votos em branco foi elevado, em relação ao que é habitual, atingindo 4,3% no plano nacional e 5,4% nos Açores. A distribuição de votos pelos candidatos revela contornos também um tanto diferentes do habitual, pois não se vislumbra efeito eleitoral claro do apoio do PS e do BE a Manuel Alegre e nota-se uma expressão eleitoral inesperada de candidaturas montadas “à margem” do sistema político. É curioso notar que o candidato José Coelho averbou sempre votação mais expressiva nas zonas consideradas menos politizadas.
Cavaco Silva ganhou, perdendo meio milhão de votos em relação a 2005. A abstenção nacional cifrou-se pelos 53,4%. A abstenção nos Açores atingiu a esmagadora cifra de 68.9%. O número de votos em branco foi elevado, em relação ao que é habitual, atingindo 4,3% no plano nacional e 5,4% nos Açores. A distribuição de votos pelos candidatos revela contornos também um tanto diferentes do habitual, pois não se vislumbra efeito eleitoral claro do apoio do PS e do BE a Manuel Alegre e nota-se uma expressão eleitoral inesperada de candidaturas montadas “à margem” do sistema político. É curioso notar que o candidato José Coelho averbou sempre votação mais expressiva nas zonas consideradas menos politizadas.
O PCP, com a candidatura de Francisco Lopes, conseguiu um resultado nacional que o preserva como força organizada, coerente e consistente de resistência à política de direita e de luta por uma transformação profunda do actual panorama político nacional, o que não deixa de ser um facto positivo no meio deste retrato bem cinzento.
Nos Açores podiam votar 221629 eleitores, mas só lá foram 68961. Desses poucos que foram às urnas 36 122 deram o seu voto ao maior dos centralistas que a política portuguesa produziu depois do 25 de Abril, o que tem que ser classificado como desconcertante e revelador de uma gigantesca desmotivação regional.
Estes resultados mostram um País já de algum modo hesitante entre a conservação de uma situação que tem gerado um enorme retrocesso económico e social e a assumpção de uma outra perspectiva que regenere a economia e a confiança dos Portugueses. Entretanto, é evidente que é preciso ir muito mais longe e por isso a luta tem que continuar.
Horta, 24 de Janeiro de 2011
José Decq Mota
Nos Açores podiam votar 221629 eleitores, mas só lá foram 68961. Desses poucos que foram às urnas 36 122 deram o seu voto ao maior dos centralistas que a política portuguesa produziu depois do 25 de Abril, o que tem que ser classificado como desconcertante e revelador de uma gigantesca desmotivação regional.
Estes resultados mostram um País já de algum modo hesitante entre a conservação de uma situação que tem gerado um enorme retrocesso económico e social e a assumpção de uma outra perspectiva que regenere a economia e a confiança dos Portugueses. Entretanto, é evidente que é preciso ir muito mais longe e por isso a luta tem que continuar.
Horta, 24 de Janeiro de 2011
José Decq Mota