Muito embora seja minha intenção dedicar esta coluna predominantemente a temas locais e regionais, momentos há em que não podemos nem devemos ignorar temas de maior dimensão e envolvência. As mais recentes evoluções da situação nacional, nas vertentes política, social, económica e financeira, exige de todos nós uma atenção crítica e uma disponibilidade de acção que não devem ser escamoteadas. Por isso dedico o artigo de hoje à apresentação de algumas opiniões sobre essas questões decisivas para a nossa vida colectiva.
Começo por dizer que dá a ideia que já tocámos no fundo! Quando um 1º Ministro e um Governo apresentam como medida de austeridade para 2012 e 2013 o congelamento das pensões mais baixas, que por o serem, estão sujeitas a um regime de actualização automática que cobre a inflação do ano, temos que concluir que se pretende acentuar ainda mais a enorme e muito profunda injustiça que marca a nossa sociedade.
Começo por dizer que dá a ideia que já tocámos no fundo! Quando um 1º Ministro e um Governo apresentam como medida de austeridade para 2012 e 2013 o congelamento das pensões mais baixas, que por o serem, estão sujeitas a um regime de actualização automática que cobre a inflação do ano, temos que concluir que se pretende acentuar ainda mais a enorme e muito profunda injustiça que marca a nossa sociedade.
Quando um 1º Ministro e um Ministro das Finanças resolvem anunciar novas medidas de austeridade para 2011, 2012 e 2013, sem informar os Órgãos de Soberania, sem discutir em Conselho de Ministros, sem explicar o que quer que seja, apenas porque querem levar essas medidas a uma cimeira europeia, que, tudo o indica, previamente as tinha imposto, ou estamos perante quem quer criar uma crise política, ou estamos perante governantes que menosprezam completamente o mais elementar conceito de democracia e que já perderam totalmente qualquer ideia de defesa da soberania nacional.
O quadro político nacional evoluiu com muita rapidez na última semana: Foi o discurso de posse do Presidente da Republica, recheado de diagnósticos, avisos e sugestões, mas vazio da necessária co-responsabilização que se tem que pedir a quem foi 1ºMinistro 10 anos, realizando a política que levou à crise e de quem é Presidente há 5 anos e que tudo fez para que esta política dos “Pecs” fosse desenvolvida; foi a discussão da Moção de Censura do BE, que acabou por “mostrar quem está com quem”, ou seja, acabou por confirmar plenamente o apoio concreto que a direita dá à política que tem sido conduzida pelo Governo; foi o já referido anúncio, a frio, do novo e brutal “Pec”; foi a manifestação da “geração à rasca”, que, mobilizando muitas dezenas de milhares de pessoas, mostrou haver muitos cidadãos dispostos à luta, para além daqueles que há muito tempo lutam; foi o oportuno e muito justo rompimento da CGTP com as “negociações” da Concertação Social, onde o Governo apenas pretende obter aval para uma política de acentuação da precariedade das relações de trabalho; foi a confirmação e o afloramento de várias lutas de entre as quais assumem especial importância o Plenário de Professores no Campo Pequeno e a posição dos empresários de transportes terrestres de mercadorias; foi a reacção dos vários partidos ao Pec anunciado e louvado na União Europeia, destacando-se dessas reacções a recusa total e justa dos conteúdos pelos partidos de Esquerda e a “revolta” pela forma como o Governo procedeu da parte dos partidos da Direita, em especial do PSD; foi a comunicação de 2ªfeira e a entrevista de 3ªfeira do 1º Ministro, peças essas que nos mostram um político “armado em vítima” e tendencialmente disposto a gerar o aprofundamento da verdadeira crise política que há muito existe e que nos está a destruir rapidamente.
Perante este quadro, em desenvolvimento acelerado, é legitimo deixar algumas perguntas:
Será que, quer o PS, quer o PSD, querem provocar eleições antecipadas? Se é assim, quais serão as razões dessa súbita urgência? Será que, perante os sinais de que o Povo está disposto a ir à luta com força e determinação, sinais esses que são claros e que vão sair muito reforçados com a manifestação que a CGTP organiza no próximo sábado, alguns dos dirigentes dos dois partidos autores das políticas que levaram a esta situação, acham que é melhor ir já a votos antes que a crescente exigência popular de novas políticas ponha em causa a força institucional de ambos?
O que é porém certo é que para sair desta situação a que o País foi levado por quase trinta anos de políticas erradas e por seis anos de políticas desastrosas, é indispensável mudar de políticas. Tem que se criar um aparelho produtivo capaz de produzir muito mais, anulando a criminosa destruição que foi realizada em sectores estratégicos; tem que se dignificar o trabalho, abandonar o modelo de exploração desenfreada que vigora, criar dinâmicas de envolvimento de quem produz e abandonar as tentativas de destruir todas as grandes conquistas civilizacionais e sociais do século XX. É inaceitável que grande parte da população continue a ver as suas condições de vida a agravarem-se dia após dia e a sentir as perspectivas de futuro cada vez mais negras e ao mesmo tempo continue a receber noticias como aquelas que informam sobre os enormes lucros de empresas estratégicas e de bancos, sobre os ordenados e prémios dos gestores e até sobre o aumento escandaloso de algumas fortunas privadas.
Portugal tem que ter a coragem e a determinação de enfrentar e resolver os seus graves problemas financeiros e para que tal aconteça tem que haver mudança de políticas, tem que haver mudança de protagonistas, tem que haver alteração de paradigmas. Se não formos por esse caminho tudo se agravará.
É necessário que os portugueses, em especial os jovens, os trabalhadores desempregados, os trabalhadores precários, a generalidade dos trabalhadores por conta de outrem ou por conta própria, a grande maioria dos empresários, os pensionistas e reformados, tomem consciência que é tempo de pôr termo a este desgoverno e evitar que a seguir ao que está volte, com as mesmas ou com outras caras, a mesmíssima política.
O quadro político nacional evoluiu com muita rapidez na última semana: Foi o discurso de posse do Presidente da Republica, recheado de diagnósticos, avisos e sugestões, mas vazio da necessária co-responsabilização que se tem que pedir a quem foi 1ºMinistro 10 anos, realizando a política que levou à crise e de quem é Presidente há 5 anos e que tudo fez para que esta política dos “Pecs” fosse desenvolvida; foi a discussão da Moção de Censura do BE, que acabou por “mostrar quem está com quem”, ou seja, acabou por confirmar plenamente o apoio concreto que a direita dá à política que tem sido conduzida pelo Governo; foi o já referido anúncio, a frio, do novo e brutal “Pec”; foi a manifestação da “geração à rasca”, que, mobilizando muitas dezenas de milhares de pessoas, mostrou haver muitos cidadãos dispostos à luta, para além daqueles que há muito tempo lutam; foi o oportuno e muito justo rompimento da CGTP com as “negociações” da Concertação Social, onde o Governo apenas pretende obter aval para uma política de acentuação da precariedade das relações de trabalho; foi a confirmação e o afloramento de várias lutas de entre as quais assumem especial importância o Plenário de Professores no Campo Pequeno e a posição dos empresários de transportes terrestres de mercadorias; foi a reacção dos vários partidos ao Pec anunciado e louvado na União Europeia, destacando-se dessas reacções a recusa total e justa dos conteúdos pelos partidos de Esquerda e a “revolta” pela forma como o Governo procedeu da parte dos partidos da Direita, em especial do PSD; foi a comunicação de 2ªfeira e a entrevista de 3ªfeira do 1º Ministro, peças essas que nos mostram um político “armado em vítima” e tendencialmente disposto a gerar o aprofundamento da verdadeira crise política que há muito existe e que nos está a destruir rapidamente.
Perante este quadro, em desenvolvimento acelerado, é legitimo deixar algumas perguntas:
Será que, quer o PS, quer o PSD, querem provocar eleições antecipadas? Se é assim, quais serão as razões dessa súbita urgência? Será que, perante os sinais de que o Povo está disposto a ir à luta com força e determinação, sinais esses que são claros e que vão sair muito reforçados com a manifestação que a CGTP organiza no próximo sábado, alguns dos dirigentes dos dois partidos autores das políticas que levaram a esta situação, acham que é melhor ir já a votos antes que a crescente exigência popular de novas políticas ponha em causa a força institucional de ambos?
O que é porém certo é que para sair desta situação a que o País foi levado por quase trinta anos de políticas erradas e por seis anos de políticas desastrosas, é indispensável mudar de políticas. Tem que se criar um aparelho produtivo capaz de produzir muito mais, anulando a criminosa destruição que foi realizada em sectores estratégicos; tem que se dignificar o trabalho, abandonar o modelo de exploração desenfreada que vigora, criar dinâmicas de envolvimento de quem produz e abandonar as tentativas de destruir todas as grandes conquistas civilizacionais e sociais do século XX. É inaceitável que grande parte da população continue a ver as suas condições de vida a agravarem-se dia após dia e a sentir as perspectivas de futuro cada vez mais negras e ao mesmo tempo continue a receber noticias como aquelas que informam sobre os enormes lucros de empresas estratégicas e de bancos, sobre os ordenados e prémios dos gestores e até sobre o aumento escandaloso de algumas fortunas privadas.
Portugal tem que ter a coragem e a determinação de enfrentar e resolver os seus graves problemas financeiros e para que tal aconteça tem que haver mudança de políticas, tem que haver mudança de protagonistas, tem que haver alteração de paradigmas. Se não formos por esse caminho tudo se agravará.
É necessário que os portugueses, em especial os jovens, os trabalhadores desempregados, os trabalhadores precários, a generalidade dos trabalhadores por conta de outrem ou por conta própria, a grande maioria dos empresários, os pensionistas e reformados, tomem consciência que é tempo de pôr termo a este desgoverno e evitar que a seguir ao que está volte, com as mesmas ou com outras caras, a mesmíssima política.
José Decq Mota