Portugal conseguiria perfeitamente controlar a sua dívida externa sem prejudicar a actividade e o crescimento económicos. O que Portugal não consegue é controlar os juros e o respectivo pagamento, os quais passaram, graças ao Tratado de Maastricht e seguintes (com o apoio do PS, PSD e CDS) a ser controlados pelo sistema financeiro privado e pela independência política do Banco Central Europeu.
A criação e o estabelecimento do Euro, como moeda única, sustentada em economias nacionais heterogéneas, vieram a tornar-se progressivamente, num instrumento de sufoco de umas economias, em favor doutras, como a da Alemanha ou da França. Nada que não tivesse sido alertado em tempo, por muitos, mas cuja opinião não foi, então, levada em devida conta.
A criação e o estabelecimento do Euro, como moeda única, sustentada em economias nacionais heterogéneas, vieram a tornar-se progressivamente, num instrumento de sufoco de umas economias, em favor doutras, como a da Alemanha ou da França. Nada que não tivesse sido alertado em tempo, por muitos, mas cuja opinião não foi, então, levada em devida conta.
Por mais que os actuais líderes do PS, PSD e CDS justifiquem as suas posições com a defesa do interesse nacional e do Euro (ou vice-versa), mentirão hoje mais do que nunca, já que se chegou a uma situação em que a defesa de uma forte cotação do Euro se apresenta como claramente contraditória com a defesa do interesse nacional.
O Euro forte de Ângela Merkel e Nicolas Sarkosy encarece de tal forma o custo da produção nacional que, dada a debilidade relativa desta, coadjuvada pelas acções políticas dos emissários do Euro em Portugal (os governos PS, PSD e CDS, desde a criação da moeda única), sucumbe, é substituída pelas importações e por um irreversível crescimento do desemprego, enquanto o país se endivida exponencialmente, por força dos juros que os especuladores financeiros decidam estipular, em cada emissão do Estado.
Mesmo com um governo em gestão, o Euro forte passa a comandar o país e a exigir-lhe (até) pedidos de ajuda externa e compromissos de redução do défice que imediatamente o seu Presidente da República (mandando com isso as eleições à fava) se compromete a cumprir, comprometendo consigo o PS, o PSD e o CDS.
Cumprir com a redução do défice público para os 4,6% em 2011, é um caminho idiota de recessão, como referiu Paul Krugman, Prémio Nobel da Economia. Com o grau de desemprego atingido, o abrandamento geral da economia e a retracção do consumo interno portugueses, garantir a diminuição do défice para este valor (com FMI ou sem FMI), exige, sobre as anteriores, mais e mais pesadas medidas de austeridade, bloqueando à exaustão a já frágil economia portuguesa. Passou a ser, portanto, uma opção claramente contraditória com o interesse nacional.
Ou se altera a política europeia do Euro forte, enquanto geradora de PEC’s prenhes de medidas de austeridade sucessivas sobre os mesmos (e bons sinais em potência nos chegam das eleições alemãs e francesas no que concerne às derrotas sofridas esta semana pelos seus principais arquitectos), ou poder-se-á ter de chegar (por mais que o BE não goste de ouvir isto) à possibilidade de trocar o Euro novamente por uma moeda nacional, emitida pelo Estado, e à renegociação da dívida (coisa que qualquer banco propõe aos seus clientes com dificuldades financeiras momentâneas), a qual ficaria assim liberta de raiz da actual chantagem contínua, humilhante, ilegítima e toda-poderosa dos mercados financeiros.
Voltaríamos à normalidade do sistema bancário como financiador da economia, em lugar de ser a economia e as famílias a consumirem-se para financiar o sistema bancário. E nem por isso desapareceria a cooperação europeia…
O Euro forte de Ângela Merkel e Nicolas Sarkosy encarece de tal forma o custo da produção nacional que, dada a debilidade relativa desta, coadjuvada pelas acções políticas dos emissários do Euro em Portugal (os governos PS, PSD e CDS, desde a criação da moeda única), sucumbe, é substituída pelas importações e por um irreversível crescimento do desemprego, enquanto o país se endivida exponencialmente, por força dos juros que os especuladores financeiros decidam estipular, em cada emissão do Estado.
Mesmo com um governo em gestão, o Euro forte passa a comandar o país e a exigir-lhe (até) pedidos de ajuda externa e compromissos de redução do défice que imediatamente o seu Presidente da República (mandando com isso as eleições à fava) se compromete a cumprir, comprometendo consigo o PS, o PSD e o CDS.
Cumprir com a redução do défice público para os 4,6% em 2011, é um caminho idiota de recessão, como referiu Paul Krugman, Prémio Nobel da Economia. Com o grau de desemprego atingido, o abrandamento geral da economia e a retracção do consumo interno portugueses, garantir a diminuição do défice para este valor (com FMI ou sem FMI), exige, sobre as anteriores, mais e mais pesadas medidas de austeridade, bloqueando à exaustão a já frágil economia portuguesa. Passou a ser, portanto, uma opção claramente contraditória com o interesse nacional.
Ou se altera a política europeia do Euro forte, enquanto geradora de PEC’s prenhes de medidas de austeridade sucessivas sobre os mesmos (e bons sinais em potência nos chegam das eleições alemãs e francesas no que concerne às derrotas sofridas esta semana pelos seus principais arquitectos), ou poder-se-á ter de chegar (por mais que o BE não goste de ouvir isto) à possibilidade de trocar o Euro novamente por uma moeda nacional, emitida pelo Estado, e à renegociação da dívida (coisa que qualquer banco propõe aos seus clientes com dificuldades financeiras momentâneas), a qual ficaria assim liberta de raiz da actual chantagem contínua, humilhante, ilegítima e toda-poderosa dos mercados financeiros.
Voltaríamos à normalidade do sistema bancário como financiador da economia, em lugar de ser a economia e as famílias a consumirem-se para financiar o sistema bancário. E nem por isso desapareceria a cooperação europeia…
Mário Abrantes