Todos sabemos que este novo Governo existe para aplicar as medidas impostas pela troika.
Todos sabemos, também, que as medidas da troika estão concebidas, não como um conjunto de medidas para resolver um grave problema financeiro, mas antes como um autêntico programa de transformação negativa da organização económica e social do nosso País. Sabemos ainda que esse programa está integrado numa tentativa agressiva e violenta mais geral de impor os dogmas neoliberais que pretendem liquidar partes essenciais dos avanços civilizacionais do século XX.
Todos sabemos, também, que as medidas da troika estão concebidas, não como um conjunto de medidas para resolver um grave problema financeiro, mas antes como um autêntico programa de transformação negativa da organização económica e social do nosso País. Sabemos ainda que esse programa está integrado numa tentativa agressiva e violenta mais geral de impor os dogmas neoliberais que pretendem liquidar partes essenciais dos avanços civilizacionais do século XX.
Diria, assim, que temos um governo moldado e formatado para cumprir o programa da troika, mas depois de conhecer a composição concreta do novo Governo, sou levado mesmo a pensar que a própria troika se fez “representar” no elenco, uma vez que os curricula de alguns dos principais titulares primam por uma adesão total, teórica e prática, aos objectivos neoliberais radicais dos actuais mandantes da União Europeia.
Tendo em conta o que, durante o fim-de-semana, os comentadores habituais foram debitando sobre o novo Governo, percebemos que há muita gente a tentar só ver o que lhes possa convir. Fala-se muito na “juventude” do Governo; fala-se muito do facto do Governo só ter 11 ministros; fala-se muito da alegada “competência” dos novos ministros; fala-se muito na “esperança” que o novo executivo constitui. Quase não se fala do facto do programa da troika ser minucioso, calendarizado e monitorizado; não se refere o facto de alguns ministros virem de lugares chaves da União Europeia e da banca; não se refere o facto de alguns dos novos titulares se assumirem como teóricos dos pilares ideológicos que sustentam o programa da troika.
Temos um novo Governo, mas vamos ter a política que nos foi imposta e que já começou no anterior Governo.
José Decq Mota
Tendo em conta o que, durante o fim-de-semana, os comentadores habituais foram debitando sobre o novo Governo, percebemos que há muita gente a tentar só ver o que lhes possa convir. Fala-se muito na “juventude” do Governo; fala-se muito do facto do Governo só ter 11 ministros; fala-se muito da alegada “competência” dos novos ministros; fala-se muito na “esperança” que o novo executivo constitui. Quase não se fala do facto do programa da troika ser minucioso, calendarizado e monitorizado; não se refere o facto de alguns ministros virem de lugares chaves da União Europeia e da banca; não se refere o facto de alguns dos novos titulares se assumirem como teóricos dos pilares ideológicos que sustentam o programa da troika.
Temos um novo Governo, mas vamos ter a política que nos foi imposta e que já começou no anterior Governo.
José Decq Mota