Se olharmos um pouco para trás, neste tempo que avança com grande rapidez, vamos perceber que muitos acontecimentos políticos, factos e situações, que por vezes nos espantam quando surgem, são, afinal, peças de uma estratégia minuciosamente pensada e executada e que visa consolidar o poder da ideologia que domina.
A realidade portuguesa actual é um exemplo flagrante do que atrás se afirma.
A realidade portuguesa actual é um exemplo flagrante do que atrás se afirma.
As eleições foram provocadas, para poderem ser realizadas antes que houvesse uma contestação social mais generalizada, que pusesse em causa o domínio eleitoral tradicional dos dois partidos que sempre foram os mais votados; a “ajuda externa” é pedida por um governo de gestão, em pleno período pré – eleitoral, como forma de condicionar o comportamento eleitoral dos portugueses; as campanhas eleitorais dos três partidos que perfilham ou aplicam a ideologia dominante (PSD;PP;PS), foram recheadas de “pequenos casos” e ignoraram ostensivamente a realidade que resulta da aceitação, pelos três, do memorando da troika; o governo que entra na sequência das eleições, pelas “novidades” que tem, percebe-se que foi escolhido para agradar à troika; a partir do dia seguinte às eleições a intervenção pública de todos os defensores da ideologia dominante, sejam dirigentes políticos, sejam comentadores profissionais, sejam jornalistas que “fazem cruzada” por essa ideologia, mudou de tom, centrou-se nos “grandes sacrifícios” que tem que ser feitos, na “competência” que é necessária e na “inevitabilidade” da esmagadora maioria dos portugueses terem que viver pior.
Percebe-se hoje que toda esta evolução foi planeada e pensada para ser assim. Percebe-se hoje que o grau de manipulação exercido sobre a sociedade, em período eleitoral, foi enorme. Percebe-se hoje que o que está em causa, realmente, é a tentativa de impor um modelo de economia e sociedade, que consagre de forma “definitiva” uma profunda injustiça social, que transforme este País numa parte menor e dependente de um espaço geopolítico maior e dominador. Percebe-se hoje que quem planeia e executa tudo isto há muito que abandonou qualquer conceito profundo de justiça social, democracia autêntica e patriotismo sadio. De todos estes valores, os dominadores aproveitam apenas os aspectos formais que possam dar “legitimidade” às suas políticas.
As muito breves reflexões precedentes são feitas na sequência da observação de tudo o que, nos planos político e mediático, tem estado a acontecer nestas semanas que nos separam das eleições. Pode dizer-se que estamos, claramente, num período preparatório de novas medidas que serão, uma vez mais, profundamente gravosas para a maioria dos portugueses.
Notamos que muitos dos comentadores profissionais não se cansam de dizer que são precisos sacrifícios, mas que tudo vai melhorar….Notamos que os novos governantes cada vez mais dizem que serão feitas politicas realistas….Notamos que todos eles fazem um enorme esforço para “ignorar” o facto da política da troika não ter resolvido nenhum problema da Grécia, bem pelo contrário…!
Esta ideologia, agora dominante, pretende, invocando abusivamente a globalização, impor um enorme retrocesso civilizacional assente em cinco pilares essenciais:
Concentrar a decisão política em directórios restritos dependentes do grande capital internacional, anulando assim a capacidade soberana dos Povos decidirem os seus destinos.
Anular uma grande parte dos direitos sociais adquiridos, transformando serviços públicos em áreas de negócio.
Assegurar uma profunda distorção na redistribuição da riqueza criada, gerando mega acumulações de capital.
Organizar a economia, desvalorizando o factor trabalho, limitando fortemente as capacidades próprias das micro, pequenas e médias empresas e criando o máximo de facilidades aos grandes grupos económicos ligados ao capital financeiro.
Acentuar em alto grau o domínio exercido sobre os cidadãos, nomeadamente por via da utilização manipuladora e alienadora dos grandes meios de comunicação social.
O governo de José Sócrates, aprofundando a política de direita que vinha de trás, adoptou sem reservas estes objectivos essenciais agora dominantes. O governo de Passos Coelho e da troika vão procurar dar muitos passos nesse sentido.
Não tenho dúvidas que o Povo Português, tal como outros Povos da Europa e do Mundo, vai saber encontrar as respostas que nos irão levar, mais cedo ou mais tarde, ao caminho certo.
Quando alguns “senhores grandes” deste nosso pequeno mundo, nos dizem que “estamos a viver acima das nossas possibilidades”, seria bom que explicassem quem vive acima “das possibilidades”. Serão os que trabalham por conta de outrem com salários médios baixos ou salários mínimos muito baixos? Serão os que trabalham por conta própria e que pouco mais conseguem do que levar para casa um ordenado modesto? Será esse enorme número de cidadãos que auferem pensões e reformas baixíssimas? Serão os milhares de empresários que se vêem aflitos para manter as suas empresas a funcionar? Serão mesmo esses trabalhadores, por conta de outrem ou por conta própria, que têm ordenados melhores, mas que ganham muito menos do que os seus colegas da maior parte dos países da Europa?
É óbvio que a grande maioria dos portugueses não vive, nem nunca viveu, acima das possibilidades. É também óbvio que a situação económica, financeira e social muito grave que hoje se vive, se deve a uma gestão pública e privada dos recursos existentes totalmente pensada para gerar enormes, planificadas e dirigidas concentrações de capital e de poder económico, à custa de todos nós.
A ideologia dominante é tudo isso que aqui fica. As respostas cabem a todos nós!
Percebe-se hoje que toda esta evolução foi planeada e pensada para ser assim. Percebe-se hoje que o grau de manipulação exercido sobre a sociedade, em período eleitoral, foi enorme. Percebe-se hoje que o que está em causa, realmente, é a tentativa de impor um modelo de economia e sociedade, que consagre de forma “definitiva” uma profunda injustiça social, que transforme este País numa parte menor e dependente de um espaço geopolítico maior e dominador. Percebe-se hoje que quem planeia e executa tudo isto há muito que abandonou qualquer conceito profundo de justiça social, democracia autêntica e patriotismo sadio. De todos estes valores, os dominadores aproveitam apenas os aspectos formais que possam dar “legitimidade” às suas políticas.
As muito breves reflexões precedentes são feitas na sequência da observação de tudo o que, nos planos político e mediático, tem estado a acontecer nestas semanas que nos separam das eleições. Pode dizer-se que estamos, claramente, num período preparatório de novas medidas que serão, uma vez mais, profundamente gravosas para a maioria dos portugueses.
Notamos que muitos dos comentadores profissionais não se cansam de dizer que são precisos sacrifícios, mas que tudo vai melhorar….Notamos que os novos governantes cada vez mais dizem que serão feitas politicas realistas….Notamos que todos eles fazem um enorme esforço para “ignorar” o facto da política da troika não ter resolvido nenhum problema da Grécia, bem pelo contrário…!
Esta ideologia, agora dominante, pretende, invocando abusivamente a globalização, impor um enorme retrocesso civilizacional assente em cinco pilares essenciais:
Concentrar a decisão política em directórios restritos dependentes do grande capital internacional, anulando assim a capacidade soberana dos Povos decidirem os seus destinos.
Anular uma grande parte dos direitos sociais adquiridos, transformando serviços públicos em áreas de negócio.
Assegurar uma profunda distorção na redistribuição da riqueza criada, gerando mega acumulações de capital.
Organizar a economia, desvalorizando o factor trabalho, limitando fortemente as capacidades próprias das micro, pequenas e médias empresas e criando o máximo de facilidades aos grandes grupos económicos ligados ao capital financeiro.
Acentuar em alto grau o domínio exercido sobre os cidadãos, nomeadamente por via da utilização manipuladora e alienadora dos grandes meios de comunicação social.
O governo de José Sócrates, aprofundando a política de direita que vinha de trás, adoptou sem reservas estes objectivos essenciais agora dominantes. O governo de Passos Coelho e da troika vão procurar dar muitos passos nesse sentido.
Não tenho dúvidas que o Povo Português, tal como outros Povos da Europa e do Mundo, vai saber encontrar as respostas que nos irão levar, mais cedo ou mais tarde, ao caminho certo.
Quando alguns “senhores grandes” deste nosso pequeno mundo, nos dizem que “estamos a viver acima das nossas possibilidades”, seria bom que explicassem quem vive acima “das possibilidades”. Serão os que trabalham por conta de outrem com salários médios baixos ou salários mínimos muito baixos? Serão os que trabalham por conta própria e que pouco mais conseguem do que levar para casa um ordenado modesto? Será esse enorme número de cidadãos que auferem pensões e reformas baixíssimas? Serão os milhares de empresários que se vêem aflitos para manter as suas empresas a funcionar? Serão mesmo esses trabalhadores, por conta de outrem ou por conta própria, que têm ordenados melhores, mas que ganham muito menos do que os seus colegas da maior parte dos países da Europa?
É óbvio que a grande maioria dos portugueses não vive, nem nunca viveu, acima das possibilidades. É também óbvio que a situação económica, financeira e social muito grave que hoje se vive, se deve a uma gestão pública e privada dos recursos existentes totalmente pensada para gerar enormes, planificadas e dirigidas concentrações de capital e de poder económico, à custa de todos nós.
A ideologia dominante é tudo isso que aqui fica. As respostas cabem a todos nós!
José Decq Mota