Tenho estado a ler um livro – Jardim, a grande fraude – da autoria do jornalista Albino Ribeiro Cardoso, livro esse que recomendo a todos os que sentem necessidade de reflectir sobre a evolução da democracia criada com o 25 de Abril e sobre os atropelos e aleijões que a própria democracia consentiu.
O “jardinismo” é um regime político regional, instalado na Região Autónoma da Madeira, que tem gozado de largo apoio eleitoral, que exibe como emblema predilecto o estilo desbocado e boçal do seu líder, que assenta numa prática política dominadora, que se apoia numa restrita camada de políticos empresários criada pelo próprio poder político, que desenvolveu um vasto programa de obras publicas (os túneis, as auto estradas, o aeroporto, portos etc), mas que não tirou a esmagadora maioria da população da Madeira da situação estrutural de atraso que lá se vivia e vive.
O “jardinismo” é um regime político regional, instalado na Região Autónoma da Madeira, que tem gozado de largo apoio eleitoral, que exibe como emblema predilecto o estilo desbocado e boçal do seu líder, que assenta numa prática política dominadora, que se apoia numa restrita camada de políticos empresários criada pelo próprio poder político, que desenvolveu um vasto programa de obras publicas (os túneis, as auto estradas, o aeroporto, portos etc), mas que não tirou a esmagadora maioria da população da Madeira da situação estrutural de atraso que lá se vivia e vive.
Diz Ribeiro Cardoso, no Prólogo do livro: “Porém, o mais surpreendente e incompreensível é que a Madeira, com 35 anos de maiorias absolutas … continua a ser uma das regiões mais atrasadas de Portugal, com o maior número de pobres, a maior percentagem de analfabetos e de abandono escolar, …, e de novo a braços com um desemprego e uma emigração maciços”. Este livro, com os episódios que relata, com os factos que relembra, com os dados que sistematiza e divulga, constitui um contributo incontornável para se perceber muito do que se tem passado na Madeira e para se perceber, em profundidade, o que é transformar o exercício do poder político numa permanente, profunda e despudorada manipulação.
Os políticos empresários, criados desde cedo por Jardim, são, em nome de um conservadorismo doentio, os maiores agentes e beneficiários dessa “Madeira Nova” que Jardim diz ter criado, mas da qual o povo madeirense está totalmente ausente.
Os políticos empresários, criados desde cedo por Jardim, são, em nome de um conservadorismo doentio, os maiores agentes e beneficiários dessa “Madeira Nova” que Jardim diz ter criado, mas da qual o povo madeirense está totalmente ausente.
José Decq Mota