Porque o governo me acusa, como a muitos dos meus compatriotas, de viver acima das minhas possibilidades, para me tirar possibilidades de viver;
Porque o governo me acusa, como a muitos dos meus compatriotas, de ter acumulado uma dívida monstruosa, quando governou trinta anos a sustentar mordomias, corrupção, acessorias de luxo, compadrios e “jobs for the boys”;
Porque o governo me condenou, como a muitos dos meus compatriotas, a suportar pela austeridade os encargos de uma dívida sem explicar como foi contraída e mostrando-se tolerante perante os seus criminosos contraentes e os agiotas que com ela enriqueceram e enriquecem;
Porque o governo me acusa, como a muitos dos meus compatriotas, de ter acumulado uma dívida monstruosa, quando governou trinta anos a sustentar mordomias, corrupção, acessorias de luxo, compadrios e “jobs for the boys”;
Porque o governo me condenou, como a muitos dos meus compatriotas, a suportar pela austeridade os encargos de uma dívida sem explicar como foi contraída e mostrando-se tolerante perante os seus criminosos contraentes e os agiotas que com ela enriqueceram e enriquecem;
Porque o governo me acusa, como a muitos dos meus compatriotas, de falta de produtividade, enquanto se empenhou e empenha desde há três décadas a desmantelar as pequenas e médias empresas e a economia produtiva nacional;
Porque o governo me condena, como a muitos dos meus compatriotas, ao congelamento e aos cortes no salário, enquanto, desde 2006, por ele passaram 20 membros que hoje ganham em conjunto mais de 10 milhões de euros por ano;
Porque o governo me condena, como a muitos dos meus compatriotas, a ficar sem saúde e educação, enquanto criou e promoveu dezenas de parcerias público-privadas, sanguessugas do orçamento;
Porque o governo me condena, como a muitos dos meus compatriotas, a pagar mais impostos, enquanto se recusa a taxar dividendos, transacções financeiras, zonas francas, off-shores ou património imobiliário de luxo, e confere às mais-valias das SGPS benefícios fiscais sem limite temporal;
Porque o governo me condena, como a muitos dos meus compatriotas, a ficar mais pobre, enquanto se prepara para enriquecer a banca com mais 12 mil milhões de euros;
Porque o governo me condena, tal como a muitos dos meus compatriotas açorianos, a ser duplamente penalizado pela austeridade só porque vivo distante do Continente, num arquipélago com nove ilhas;
Porque um governo, como este, que não consegue senão semear o desemprego, a pobreza, a emigração e a infelicidade entre os governados, é com certeza um governo incapaz e desnecessário ao país;
Porque um governo, como este, não está a fazer outra coisa, desde o primeiro dia, senão a fugir às responsabilidades democráticas e constitucionais que declarou assumir no seu acto de posse há bem poucos meses atrás;
Eu decidi sacrificar um dia de trabalho, tal como muitos dos meus compatriotas, e aderi à greve geral!
Artigo de opinião de Mário Abrantes, publicado em 23 de novembro de 2011
Porque o governo me condena, como a muitos dos meus compatriotas, ao congelamento e aos cortes no salário, enquanto, desde 2006, por ele passaram 20 membros que hoje ganham em conjunto mais de 10 milhões de euros por ano;
Porque o governo me condena, como a muitos dos meus compatriotas, a ficar sem saúde e educação, enquanto criou e promoveu dezenas de parcerias público-privadas, sanguessugas do orçamento;
Porque o governo me condena, como a muitos dos meus compatriotas, a pagar mais impostos, enquanto se recusa a taxar dividendos, transacções financeiras, zonas francas, off-shores ou património imobiliário de luxo, e confere às mais-valias das SGPS benefícios fiscais sem limite temporal;
Porque o governo me condena, como a muitos dos meus compatriotas, a ficar mais pobre, enquanto se prepara para enriquecer a banca com mais 12 mil milhões de euros;
Porque o governo me condena, tal como a muitos dos meus compatriotas açorianos, a ser duplamente penalizado pela austeridade só porque vivo distante do Continente, num arquipélago com nove ilhas;
Porque um governo, como este, que não consegue senão semear o desemprego, a pobreza, a emigração e a infelicidade entre os governados, é com certeza um governo incapaz e desnecessário ao país;
Porque um governo, como este, não está a fazer outra coisa, desde o primeiro dia, senão a fugir às responsabilidades democráticas e constitucionais que declarou assumir no seu acto de posse há bem poucos meses atrás;
Eu decidi sacrificar um dia de trabalho, tal como muitos dos meus compatriotas, e aderi à greve geral!
Artigo de opinião de Mário Abrantes, publicado em 23 de novembro de 2011